domingo, 28 de outubro de 2007

Observações mundanas II

Um homem alto, cabelos cacheados, magro, bem parecido, como diz o caboclo, arremessando sua bolsa sobre o balcão da atendente do INSS, com o dedo em riste, esbravejou:
- Oh, eu tô vindo do Rio de Janeiro e preciso mudar a minha conta pra receber meu benefício aqui em Brasília.
- Preencha este formulário, por favor.
Pediu a funcionária.
- Preencha você. Levei um tiro na mão.
O homem mandou.
- Não estou autorizada a preencher e, observando a sua assinatura recente no seu protocolo de benefício, vejo que o senhor escreve muito bem.
O homem pegou do papel com preguiça e resmungando entredentes o preencheu. A funcionária perguntou-lhe:
- Qual seu endereço?
- Pra que quer saber meu endereço? Você vai na minha casa?! Minha filha, você não entendeu. Eu vim aqui mudar minha conta, não foi meu endereço.
- Eu preciso para confirmar seus dados. Empreste-me sua identidade.
Nesse ínterim o homem, mudando de tom, começou a falar de si.
- Você sabia que estou aprendendo inglês sozinho? Speak english?
- Não.
- Você sabe que língua Jesus falava?
- Inglês, óbvio.
O homem começou a rir e disse:
- Jesus falava hebraico e aramaico.
- Mas como?! Então ele não era tão inteligente e nem tão moderno assim.
- Pois saiba hebraico e aramaico são duas línguas das mais difíceis e eu quero aprender.
- Não tenho nada com isso.
Disse a funcionária ao mesmo tempo em que devolvia a identidade do sujeito.
- Você sabe quantos anos eu tenho?
- Não.
O homem se virando para o público que costuma freqüentar o INSS começou a gritar:
- Gente, ela não sabe a minha idade! Ela acabou de olhar minha identidade e não sabe a minha idade!
- Sim, moço, isso não interessa. Olhei só o ano de seu nascimento, não fiz as contas de lá pra cá. Mas, olhando pro senhor, deve ter meio século.
- Pois saiba que só tenho 37. Nasci em 1970. Se estamos em 2007, daria pra você bater o olho e ver que de lá pra cá são 37 anos. Se fosse inteligente, né!
- Então, devolva-me sua identidade porque você tem mais idade. Você não é o fulano que quer parecer. Isso é uma fraude!
- Não vou devolver nada, fique com Deus. Quem manda não ser atenta. Fui!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Observações Mundanas - tostões e carrões

Em frente ao semáforo, estava um homem pedindo esmola com um cartaz na mão. O cartaz dizia: "senhoras e senhores, tenho três filhos e minha mulher é deficiente..." Um motorista, lendo a frase, replicou: "quem manda pegar uma mulher deficiente pra se casar e depois mandar ver". Outro metido a herói se enraiveceu e disse: "Tenho que defender essa pobre mulher desse tarado" E um outro, mais ponderado, concluiu: "Vai ver ela ficou deficiente depois". O sinal abriu, os carros deram a partida. O homem ficou espiando com cobiça a beleza dos carrões.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

o sabiazal

O sabiá é uma árvore de porte médio, de boa copa, folhas miúdas que se juntam numa folha grande. As flores são brancas, pequenas e bem perfumadas. Crescem em pêndulos macios e peludos. Ficam penduradas na árvore como brincos. Seu caule é encravado de espinhos, curtos, mas bem pontiagudos. O fruto é uma vagem de sementes pequenas e leves, que, depois de secas, o vento abre e espalha a esmo.
Numa baixada, perto da casa do Tamanduá, ficava o sabiazal. Era um lugar bem sombreado, com o chão coberto por uma cama de folhas secas. Bom para descansar do sol do meio dia, fazer a cesta depois do almoço, se não fosse pelos galhos espinhosos. A árvore puxava os cabelos ou enfiava um espinho no calcanhar de quem se atrevesse entrar lá.

O sabiá é uma árvore muito teimosa. Se o fogo a devora, ela brota novamente. Atende pelo nome científico de Mimosa caesalpiniaefolia Benth. Devido às suas flores. Suponho. Os cientistas, quando conheceram a árvore, colheram uma florzinha e começaram a brincar de fazer cócegas no rosto um do outro na maior folia como costumam brincar as crianças quando encontram um flor de sabiá.

domingo, 21 de outubro de 2007

O sabiazal

O sabiá é uma árvore de porte médio, de boa copa, folhas minúsculas que se juntam para desenhar uma folha grande. As flores são brancas, pequenas e bem perfumadas. Crescem em pêndulos macios e peludos. Ficam penduradas na copa da árvore como brincos. Seu caule é encravado de espinhos, curtos, mas bem pontiagudos. O fruto é uma vagem de sementes pequenas e leves, que, depois de secas, o vento abre e espalha a esmo.
Numa baixada, perto da casa do Tamanduá, ficava o sabiazal. Era um lugar bem sombreado, com o chão coberto por uma cama de folhas secas. Bom para descansar do sol do meio dia, fazer a cesta depois do almoço, se não fosse pelos galhos espinhosos. A árvore puxava os cabelos ou enfiava um espinho no calcanhar de quem ousasse entrar lá.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A Casa do Tamanduá

Oficina Literária
Coordenador: Oswaldo Pullen
Participante: Rai de Oliveira
Brasília-DF 16/10/07

Proposta de texto: Fazer uma descrição de algum lugar marcante de sua infância, (a rua, a praça, enfim, um lugar)



A casa ficava em cima de um morro. Detrás, ao longe, havia montanhas altas e verdejantes. Mais além, ninguém conseguia enxergar.
Descendo o morro, por um caminho escarpado, chegava-se à grota. Era lajeada de pedras, cheia de cacimbas, musgo e olhos d’água. Ali os animais vinham em fileira matar a sua sede ao fim da tarde. Nas margens úmidas, cresciam oiticicas e imburanas, ingazeiros e gravatás e até um cajueiro-anão, que dava cajuzinhos com a castanha do tamanho de um botão.
Tinha alpendre com peitoril, construído ao comprimento da frente. Era feita de adobe, fabricado ali mesmo com o barro molhado da vazante da grota. Possuía duas salas e três quartos. O terceiro deles era destinado ao paiol, um celeiro rústico, onde se guardava feijão, milho, arroz, farinha de mandioca e os cortais de rapadura.
A cozinha era comprida, porém estava sempre imprensada por um feixe de lenha, um pilão e o fogão de cinco bocas. E ali se via as tiras de carne seca, de tripas e de toucinho estendidas numa corda acima do fogo, que era para conservar.
Em frente à casa havia um flamboyant vermelho, que nunca se tornou frondoso porque o terreno era demasiado pedregoso e impedia as raízes da planta de fazer seu percurso em direção às profundezas da terra.
O destino de toda árvore que se plantou ao redor da casa foi ter o aspecto de criança mal alimentada. O pé de caju nunca passou de um moleque sertanejo esfomeado. Deu caju uma vez. Apenas três frutos. Era tão franzino que com essa frutificação quase definhou. Mas florescia todos os anos que era uma beleza, prometendo muitos frutos.
Era generoso em perfume. Em certa época do ano, ao anoitecer, o cajueiro abastecia a casa com tal volume de perfume como se quisesse sobrepor-se ao peso da noite, que nos inquietava com seu bafo quente e sua escuridão indevassável.
E na hora mais sombria e mais silenciosa da noite, quando as vacas e as cabras se recolhiam e o galo ainda murchava os olhos, escutava-se o canto triste do urutau, o pio da coruja e o coaxar dos sapos.
O brejo, uma porção de terra alagada que havia perto da grota, era habitado por variada espécie de sapos. Um deles teimava em passar a noite coaxando imitando um bezerro. “Moooooom”. Outro insistia em cumprimentar-nos repetindo a noite inteira: “oi, oi, oi”. Mas aquele brejo dava muitas bananas. Bananas da casca grossa, substanciosas e doces.
Parece-me que aquela fazenda velha, chamada Tamanduá, e como era mais conhecida “Casa do Tamanduá” conseguiu, sem que fosse buscado, um nome muito apropriado. Era como a casa de um tamanduá. Isolada do resto do mundo, perdida no meio do mato, com poucos caminhos, algumas picadas, sem ninguém morando por perto, mas segura e cheia de mistérios.
Se acaso deseja conhecer um lugar onde ninguém possa lhe importunar, procure o Tamanduá. Terá leite de cabra no café da manhã, sombra de oiticica, água fresca da fonte, banana por refeição e, com sorte, um cajuzinho de sobremesa. E, quem sabe, algum fantasma por companhia. E muitas cabras!
Mas, aviso: as montanhas diminuíram de tamanho e não são tão verdejantes como as de minha memória.

domingo, 14 de outubro de 2007

Sofia no Salão

Ali estava pela primeira vez, num "salão de beleza". Suponho que ela já estivera muitas vezes em outros salões. Mas naquele ali, sua expressão, entre angustiada e séria, o denunciava. Parecia o seu cãozinho na mesa do veterinário. Mas o seu cãozinho tinha a vantagem de tê-la por perto, segurando o seu pescoço ou lhe dirigindo um olhar de consolo. Porém, Sofia não tinha ninguém, nem seu cãozinho podia lhe ajudar.
Haviam lhe falado de uma tal de escova progressiva que deixava os cabelos tão lisos quanto os de Naomi Campbell. Aqueles cabelos afros incomodavam-na. Não combinavam com seu rosto, muito menos com sua personalidade. Cabelos rebeldes, escandalosos.
De pronto, notou o aspecto dos cabelos da mulher que ia colocar o milagroso produto nos seus. Eram ásperos, rebeldes e sem brilho e, logo, pensou: "É impossível que ela saiba de uma fórmula milagrosa e não aplique em seu cabelo".
Mas, antes que ela tivesse tempo de desistir, a mulher ensopou os seus cabelos com o dito produto, que cheirava forte e que, devido à alta dose de formol, trazia a horrível lembrança de cadáveres. Estava cansada e com vontade de fazer xixi. Suando nas mãos, perguntou:
- Onde fica o toalete?
- Só no shopping.
Respondeu-lhe uma moça de cabelos naturalmente lisos, o rosto moreno e o sorriso perfeito. Desejou por um instante ser aquela moça, no entanto, pensou que havia de ser manicure, pensar o que ela pensava e ter o trabalho de se defender contra o assédio masculino por causa de seu enorme bumbum. Não, preferia ser Sofia e viver com aqueles cabelos afros o resto da vida como um erro genético, pois seu pai e sua mãe tinham cabelos lisos. Era por isso que seus irmãos diziam: "Você não é nossa irmã. Nossa mãe lhe adotou. Ninguém em nossa família tem uns cabelos feios como o seu."
A bexiga apertada deu-lhe outro aviso. Sob aquela pressão o passado desapareceu. Sentia prolongar-se cada segundo como longos minutos. Porém, como havia de descer ao shopping com o cabelo embebido no formol, atravessar a praça da alimentação e chegar ao banheiro? Não passaria ilesa. No mínimo, um daqueles seguranças enormes, que devem ser escolhidos exatamente pela altura, a impediria de seguir adiante, chamaria um bombeiro e a internariam como louca.
A mulher que lhe embebera o cabelo parecia fazer pouco caso. Saiu do salão e foi fumar. Ficou batendo papo com um homenzinho. Depois adentrou, mas se meteu num canto, onde Sofia não podia vê-la.
Maldisse os seus antepassados, seus irmãos, seu pai, sua mãe, sua avó, porque tinham cabelos lisos. Eles tinham culpa de ela estar ali. Porém, a acidez na cabeça e a vontade de fazer xixi não lhe deixavam concentrar-se em nada.
Fechou os olhos e imaginou-se vendo seu rosto envolto por uma cabeleira lisa, loura, como a de sua mãe. Lembrou-se do seu cão assustado na mesa do veterinário e voltou a sentir medo. A mulher começara a escovar seus cabelos. O cheiro forte do formol penetrou em seus olhos e em suas narinas. Ardeu. Protegeu-se com seu casaco. Suportou. Porém, a mulher não parava de reclamar:
- Como tem cabelo! Teu cabelo não seca! Quanto foi mesmo o preço que te disse?
- Noventa reais.
E sorria, avisando que ia cobrar mais caro.
- Eu me enganei com teu cabelo. Que maçaroca!
A indelicadeza da mulher era insuportável, porém estava nas mãos dela. A vontade de fazer xixi estava sendo benéfica, pois já não lhe importavam seus cabelos. Queria aliviar-se e pronto.
Sofia já havia se convertido apenas numa bexiga, quando a mulher botou-a frente ao espelho. Não teve certeza do que viu, mas afirmou que estava ótimo.
- É cento e vinte reais. - Disse a mulher inclinando a mão para receber o dinheiro.

sábado, 13 de outubro de 2007

Contatos Assíduos

Nos dias de feriados e nos finais de semana se me atrevo a olhar meu correio eletrônico me deparo com algo muito curioso. Há novas mensagens em minha caixa. Mas nenhum amigo me escreveu. São as lojas americanas. com, o submarino, a garganta da serpente, etc. Estes jamais me abandonam. Estão lá com meu contato virtual, enviando-me mensagens que me fazem crer que existo realmente e até que devo ter algum dinheiro, (talvez seja laranja de um ricaço).

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Golpe do Elevador

Pedro levantou as axilas e borrifou-as de perfume, deu uma cheirada em cada lado. Virou-se para o espelho carcomido pela ferrugem e rilhou os dentes. Estavam cinzentos e sem brilho, inclusive os cinco da prótese, mas ficou na ilusão de que seria defeito do espelho. Vestiu uma camisa branca, que estava sobre a guarda da cama, ajeitou o colarinho com zelo. Já havia posto as calças. Fitando-se novamente no velho espelho, penteou o cabelo, alinhou os óculos, pegou a carteira, um lenço e saiu.
No corredor do hotel havia apenas uma luz mortiça, que, misturada a um silêncio sepulcral e ao odor forte de mofo do carpete, criava uma atmosfera pesada. Porém, subitamente, aquele silêncio foi rompido pelo som de passos apressados. Pedro olhou para trás e avistou uma mulher redonda, vestida de negro, tentando se equilibrar sobre um salto plataforma.
– Augusto, é você?!
– Não, senhora.
Pedro respondeu. Virando as costas, seguiu apressado.
– Querido, espere por mim. Espere aí.
Pedro tomou o elevador. No mesmo instante, a mulher chegou ofegante e sorridente à porta.
– Deixe-me entrar!
Indiferente, Pedro apertou o botão: fechar porta.
– Pedro Augusto, pare esse elevador! Pare. Espere. Pedro!
Disse a mulher batendo com histeria na grade do elevador.
Ouvindo os berros da esposa, Pedro disparou a rir. Mas antes que a sensação prazerosa do riso se diluísse por seu corpo, o elevador fez uma parada brusca, rangendo como os trilhos de um trem. Para sua surpresa, entrou uma moça que mais parecia uma boneca. Possuía os seios empinados e redondos como se fossem duas bolas, os olhos azuis cintilantes, os cabelos loiros reluzentes. Diante daquela formosura, Pedro pensou consigo mesmo: “ Meu Deus, não me deixei cair em tentação, mas nunca vi uma mulher mais linda!”
Ela era jovem, perfumada, fresca como uma rosa. Pedro estava hipnotizado. Não conseguia desviar os olhos do belo par de seios, que se elevavam propositalmente a cada respiração, nem do colo bronzeado e macio.
Que se lembrasse, nenhuma mulher bonita olhara para ele alguma vez na vida. Mas a moça encarava-o com estudada malícia. Mordia os lábios vermelhos com sensualidade, exibindo os dentes brilhantes, enquanto piscava os olhos e forçava um dos cantos da boca desenhando uma covinha na bochecha, num sorriso ambíguo.
Pedro sentiu-se encorajado e, num gesto de pura audácia, deu dois passos em direção à moça. Naquele espaço exíguo, dois passos significavam ficar próximo demais. A moça jogou os cabelos para trás e aproximou-se um passo. Claro sinal de consentimento. Pedro não pensou duas vezes. Foi direto bolinar os belos seios, ao que ela reagiu com um curto gemido. As luzes do elevador subitamente se apagaram. Parecia que a providência divina queria ajudá-lo: a máquina havia parado. Era tudo o que desejava naquele momento.
Na escuridão do cubículo, Pedro agarrava a moça, enquanto lhe dizia:
– Gata, nunca pensei que uma gata linda como você me desse bola. É claro que isso se deve à minha baixa auto-estima. Tenho uma mulher que levaria até o Ermírio Moraes à falência, entende? Com aquela mulher, aposto que até um tarado ia falhar. É de levar um garanhão à impotência, entende? Mas isto é outra história. Será que tô sonhando? Queria jogar uma água frio no rosto agora pra saber se não tô sonhando. Isso é um sonho? Só pode ser um sonho! Que sorte danada, te encontrar assim, gatinha! Nunca vi gata tão fácil!
A moça não dizia uma palavra. Limitava-se a soltar uns gemidos altos que mais pareciam o miado de uma gata no cio. Pedro estava cada vez mais audacioso, descia a mão pelo corpo da sua gata tocando-lhe as partes mais íntimas. Naquela bolinação, acariciou-a entre as pernas. Ali encontrou um objeto não identificado.
“Será um absorvente? Um pacote de dinheiro? Ou será uma arma?” Pensou com desconfiança. Apertou o objeto com mais força. Foi então que se deu conta que tocava uma parte exclusiva do corpo masculino. E que potência!
– O que é isso, moça?!
– Moça, eu?!
Exclamou. O timbre grave da voz não negava.
Pedro procurou com desespero os botões do elevador.
– Onde fica o alarme? Onde é o interfone?
– Não sei, tio.
Respondeu com voz manhosa. Pedro começou a se empapar de suor. De repente, sua cabeça virou um turbilhão de pensamentos.
“E se eu morrer aqui? Todos vão rir muito de minha cara! Vão tirar sarro de mim. Não vai ter neguinho que me defenda.”
– Onde fica o alarme? Onde é o interfone?
Repetiu.
– Quanto tempo uma pessoa agüenta respirar num elevador? Você quer morrer aqui, sua traveca? Está rindo da minha cara, é?
Disse, ao notar que ela sorria. A bela, muito gentilmente, parou de sorrir. Apertou um botão e a porta do elevador se abriu de imediato justamente na recepção.
Alguns hóspedes, ao vê-lo com a camisa empapada, coberta de desenhos de boca, caíram na risada. A esposa, que o esperava ali, sem pensar duas vezes, meteu-lhe um violento safanão na cara.
– Vamos pegar um táxi!
Disse-lhe, depois de desferir-lhe o golpe.
Ele apalpou os bolsos com nervosismo procurando a carteira.