sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O dia de Oscar

Ontem, dia 11 de dezembro, vi o Oscar Niemeyer.
Quando cheguei na entrada da Biblioteca Nacional, pontualmente às 18:30h, já havia centenas de pessoas: fotógrafos, homens de ternos, mulheres bem vestidas, outras nem tanto, e uma sarabanda de tipos exóticos.
Entrei no meio da multidão com a roupa nova, que fui comprar para o evento, depois de refugar a minha surrada roupa de trabalho, mas nada de encontrar o nobre visitante.
Depois de rápida investigação, descobri que ele não estava no recinto.
Uma leva de fotógrafo se dirigiu para o Museu. Fomos no faro deles, eu e minha amiga Jô. Com medo de ele chegar à Biblioteca e perdermos a sua chegada, fiquei indecisa, mas depois de consultar a intuição de Cassandra, resolvemos arriscar.
Na porta do Museu perguntei ao recepcionista, que era um senhor de bigodes brancos, se o Oscar estava ali. O homem nos assegurou que não. Mas desconfiei. Fui atrás de outra fonte de informação. Quando ouvi a resposta afirmativa, entrei correndo no Museu, não sei como passei pelo guarda, nem assinei o livro de controle de visitas.
Havia uma roda, um monte de gente, minha amiga olhou naquela direção e foi logo dizendo: Está ali ele. Estou vendo!
E eu não via. - Cadê? Cadê? - Perguntei morrendo de ansiedade.
Enfim vi-o sentado entre duas pessoas, vestindo um camisão azul, não era terno, com os ombros caídos, a cabeça demasiada grande sobre o corpo frágil. Tinha o olhar perdido e no semblante não expressava nem alegria, nem tristeza, mas a dignidade de um deus.
Num impulso, entro no meio do alvoroço e estendo-lhe a mão para cumprimentá-lo. Minha mão fica alguns segundos no ar, ele me encara, como se buscasse em sua memória algo relacionado à minha pessoa, já que o chamei de "Oscar". Depois ele aperta minha mão.
"Muito prazer conhecê-la". "Satisfação". Foram essas as suas palavras, que não esquecerei.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Coincidências da realidade

Há acontecimentos que nos impressionam por sua semelhança com a ficção. Os fatos seguem, por vezes, uma estrutura tão bem arquitetada que mais parece saída da mente de um bom escritor. Quem poderia imaginar que o pai da menina feita refém pelo namorado era procurado pela polícia?
Vejo as notícias sobre o caso Daniel Dantas. Além das cifras citadas nas matérias, chama a minha atenção o nome e o sobrenome do Juiz "Fausto de Sanctis". Todos sabem o que significa "fausto" (grandioso, glorioso, feliz, venturoso). Já o sobrenome "De Sanctis" lembra a palavra santo, que significa o ser puro, elevado, inviolável. Mas fausto é também o nome do trágico personagem de Goethe, o sujeito que faz um pacto com Mefistófeles, o próprio demônio.
O nome do procurador da República, referido no caso, Rodrigo de Grandis, fala por si.
Poucos escritores seriam capazes de criar nomes tão apropriados para seus personagens como esses nomes me parecem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Santa catarina

Sim, mas por pior que seja a tragédia do povo de Santa Catarina, a gente não pára de se preocupar com nossos pequenos problemas!