tag:blogger.com,1999:blog-28654106412358706152024-03-13T06:09:14.686-07:00Toque de MelToque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.comBlogger228125tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-56110030146831677842012-06-24T19:29:00.004-07:002012-06-24T19:59:28.498-07:00Diário de Viagem – Parte I – Lima - Peru - jun 2012<blockquote></blockquote>Diário de Viagem – Parte I – Lima - Peru
15/06/2012 - viernes, Lima – Peru.
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No tradicional city tour em Lima, <blockquote></blockquote>
Visitamos:<blockquote></blockquote>
a Plaza de Armas ou Plaza Mayor, onde ficam a Catedral de Lima, o Palácio do Governo e o conjunto de casarões amarelos do período colonial.
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A Catedral de Lima domina o lado leste da praça. É uma construção em estilo barroco renascentista. Tem cinco naves e dez capelas laterais. Os altares e as imagens são revestidos em ouro. O suporte do altar maior é de ouro maciço e parte em prata.
Numa das capelas estão depositados os restos mortais de Francisco Pizarro.
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Um quadro informativo chama a atenção: apresenta o esqueleto do mesmo Francisco Pizarro, mostrando os pontos dos 16 golpes com que foi assassinado.
Diante desse quadro toda a ambição política parece fútil.
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Então, tudo o que restou da ambição, da audácia e da intrepidez do maior conquistador da América do Sul foi um esqueleto com 16 estocadas?!
Esse é um quadro que todo político deveria ter em casa para todo dia contemplar.
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Há ainda uma curiosa tela de fundo dourado, identificada por “Los 13 compañeros de Francisco Pizarro, los de la fama”. No centro do quadro, num mosaico prateado compondo um pergaminho, estão escritos os nomes dos 13 companheiros de fama e glória de Pizarro.
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A catedral possui uma rica coleção de pinturas.<blockquote></blockquote>
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Convento São Francisco, o Grande,
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No edifício predomina a cor amarela. (Os sobrados ao redor da Plaza de Armas também são da cor amarela, o que dá a ideia de conjunto).
A arquitetura do Convento combina várias tendências, desde o barroco, o que se percebe na fachada da Igreja; com detalhes de construções tipicamente espanholas, como os azulejos azuis originais de Sevilha; e ainda a influência árabe, o que se nota por seus pátios de colunas em forma de delgados arcos.
Algumas das paredes do Convento deixam ver monólitos, herança das construções incas.
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A enigmática Biblioteca do Convento, abarrotada de manuscritos e livros centenários que ninguém consulta ou lê, continua iluminada por suas quatro claraboias, dispensando a iluminação elétrica. Possui duas escadas espiraladas que levam às bancadas suspensas, ao longo do comprimento de cada lado, como um segundo piso, deixando o vão central totalmente livre. É sobre esse vão que incide a luz das claraboias.
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Catacumbas
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Em minha opinião, o mais impressionante da visita ao Convento São Francisco, o grande, é a descida às catacumbas.
Quando as visitei em 2010, havia uma parca iluminação, somente após alguns segundos se podia discernir os ossos em meio à penumbra. Agora tudo é escandalosamente claro, o que não combina com a atmosfera lúgubre do local. Os restos mortais ficam expostos como que objetos numa vitrine. Não gostei dessa mudança. Para mim, a escuridão se estendia como um respeitoso véu sobre o ossário, protegendo os mortos de serem vistos a olho nu.
As catacumbas reúnem os ossos de milhares de pessoas, segundo o guia, chega perto de 70 mil.
As catacumbas ficam no subterrâneo da capela do Convento.
O local mais inesquecível das catacumbas é o poço que reúne os crânios. Este possui mais de 10m de profundidade. Existem crânios guardados em nichos ao longo das paredes do poço e aos montões no fundo.
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20h horário de Lima – No restaurante Junius
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Por uma sugestão do guia, fomos jantar no restaurante Junius, o que nos custou US$ 47,00. Além de buffet livre, postres (sobremesas), o ingresso dava direito a show com bandas locais e espetáculo de danças folclóricas.
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No cardápio: cebiche, truta e frutos do mar.
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Bebidas: viño, cerveza cusqueña, pisco sour e chicha morada
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A banda canta e toca tambores, violão, quenas, flautas e guitarras.
Casais de dançarinos em trajes típicos apresentam várias danças. O colorido de seu figurino é chamativo, os tons vermelho e dourado se destacam. Suas danças são belas, alegres e me parecem contidamente sensuais.
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Depois que os dançarinos deixam o palco, entra um ator vestido como o imperador, o Inca, talvez Atahualpa, o último imperador inca, ou Manco Capac, o primeiro.
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Em seguida, entra um ator fantasiado de cavaleiro, montado no seu cavalo de pau, ao seu lado, baila uma moça branca, talvez representando um casal espanhol.
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A música torna-se tensa, entra um ator fantasiado de condor, um dos animais sagrados dos incas. O condor era adorado pelos incas por ser considerado o mediador entre o céu e a terra, o mensageiro divino entre os homens e os deuses.
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Seja por seu exotismo (comparado com a cultura de massa), seja por amarem suas raízes, noto que os limenhos cultivam mais suas raízes pré-colombianas que espanholas.
Mas, no momento em que penso nisso, entra um grupo de violinista e um harpista, acompanhados de um casal de dançarino, suas fantasias são cheias de detalhes dourados, como que feita em ouro. O ouro que tanto amava o espanhol colonizador.
Dizem que os incas queriam o ouro apenas para com ele venerar o deus Sol, Inti, enquanto os espanhóis o queriam por que o amavam em si mesmo. Isso Atahualpa não compreendia.
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Por fim, entram dois rapazes, suas fantasias prateadas, com detalhes vermelhos, resplandecem à luz ambiente, eles dançam ao mesmo tempo em que simulam uma luta utilizando tesouras. Não compreendi nada dessa apresentação.
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Essa noite chegou perto daqueles momentos em que se tem vontade de eternizar.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-14989441762131552112012-04-03T13:16:00.000-07:002012-04-03T13:17:32.816-07:00Sidarta, Hermann HesseSidarta, Hermann Hesse<br />(1877-1962)<br />Tradução: Herbert Caro<br />52ª edição (revisada)<br />Editora Record 2009<br /><br /><br />SEGUNDA PARTE<br />Kamala<br />Sidarta se apraz com o canto dos pássaros, com o zumbido das abelhas, o murmúrio dos regatos. Todos esses fenômenos que outrora tinham-se afigurado como um véu falaz, passageiro, estendido diante de seus olhos e que apenas merecesse desconfiança. Agora ele sentia um acolhimento pelo mundo. P. 61/62<br />Reflete que quem matasse o eu casual dos sentidos, e, em compensação, alimentasse o eu igualmente casual do pensar e da erudição não alcançaria nenhum objetivo. P. 63<br />Conclui que era preciso ouvir os dois, brincar com ambos, sem desprezá-los ou superestimá-lo. P.64<br />O encontro com o balseiro que fala a Sidarta do que aprendeu com o rio.<br />Na noite em que dorme na cabana do balseiro, Sidarta sonha com uma mulher, pela qual se sente atraído sexualmente.<br />Mais tarde, Sidarta se encontra com a jovem que lavava roupas que provoca desejo concupiscente. Apesar do desejo sexual, Sidarta recua. <br />O encontro com Kamala<br />Kamala passa num bosque dentro de uma liteira conduzida por quatro homens e coberta de um baldaquim de muitas cores, ela estava sentada num coxim vermelho. <br />“Sob a alta torre de cabelos negros, avistou um semblante muito claro, bem delicado, bastante inteligente, com a boca rosa, como um figo recém-cortado. Cuidadosamente pintadas, arqueavam-se as sobrancelhas. A mirada dos olhos escuros relevava siso e vigilância. Alvo e comprido, o pescoço saía do corpete verde e jade. As mãos brancas e graciosas, delgadas, repousavam, imóveis, e largos braceletes de ouro adornavam os pulsos.” P. 68<br />Sidarta soube que aquela era a célebre cortesã Kamala. <br />Depois de barbear-se, cortar o cabelo, arranjar o penteado, untar-se com olhos finíssimos e banhar-se no rio, foi procurar Kamala. Ele pede-lhe que seja sua amiga e mestra. <br />Kamala explica-lhe como devem ser os jovens que a visitam: andam bem vestidos, calçando sapatos elegantes. Tem cabelos perfumados e dinheiro no bolso.<br />p.71<br />o 1º ensinamento de Kamala:<br />O amor pode-se mendigar, comprar, receber de presente, mas nunca roubar pela força. P. 72<br />Que é que sabes fazer? – Pergunta Kamala.<br />– Sei pensar. Sei esperar. Sei jejuar.<br />– Nada mais?<br />– Sei ainda fazer poesia. P. 73<br />“Faz bem quem imolar tudo aos deuses. Mas melhor ainda quem sacrificar à bela Kamala.”<br />– Sim, sei dar beijos e por isso não me faltam vestidos, sapatos, pulseiras e todas as outras coisas bonitas. P. 74<br />Sidarta sabe ainda ler e escrever. <br />Sidarta é apresentado a Kamasvami, o comerciante mais rico da cidade.<br />Sidarta explica o valor de suas habilidades: pensar, esperar e jejuar.<br />Uma pedra que atirares na água dirige-se ao fundo pelo caminho mais rápido. O mesmo sucede cada vez que Sidarta tem um objetivo, um propósito. Sidarta não faz nada. Apenas espera, pensa e jejua. Mas passa através das coisas deste mundo como a pedra passa pela água, sem mexer-se, sentindo-se atraído, deixando-se cair. Sua meta puxa-o para si, uma vez que ele não admite no seu espírito nada que se possa opor a ela. P. 78<br />Todas as pessoas são capazes de atingir seus objetivos, desde que saibam pensar, esperar e jejuar. (Isto é, todas as pessoas que conseguem dominar as paixões, no sentido platônico). <br /><br /> Entre os homens tolos<br />Sidarta torna-se empregado de Kamasvami.<br />O comerciante o encarregou da redação das cartas e contratos de grande importância. <br /><br />Vocabulário: <br />“Om”, a palavra das palavras, que quer dizer “o presente, o passado e o futuro”, é o mundo inteiro expressado por uma única sílaba e, ainda, tudo quanto pode existir fora dos mencionados três tempos.<br />Átman – literalmente fôlego. Em sentido figurado: a força vital, a personalidade, o eu, a alma, o princípio da vida. <br />Rig-Veda: coleção de hinos, o primeiro dos quatro livros sagrados do hinduísmo.<br />Sama-Veda: o terceiro dos hinos sagrados hindus. <br />Upanixades: tratados filosóficos em prosa e verso, constituem o comentário do Rig-Veda.<br />Brama: substantivo neutro que significa primitivamente fórmula mágica. Mais tarde assumiu o sentido da força imanente à cantiga religiosa, para, finalmente, nos upanixades, referir-se à alma universal, à força eterna, infinita, que cria e conserva o mundo.<br />Satiam: verdade<br />Nirvana: extinção da individualidade, emancipação final.<br />Mara: literalmente: morte, destruição. Em sentido figurado: o demônio, o tentador.<br />Maia: na terminologia brâmane é matéria imperecível, preexistente em todas as coisas, e da qual se servem os deuses para criar as formas aparentes, irreais, falazes. Assim se torna sinônimo de ilusão, magia, feitiço.<br />Esteira de ráfia<br />E as estrelas singravam pelo céu.<br />Cevando o ventre<br />Passeava pelas sendas rosadas do figueiral<br />Sentado na penumbra azulada do bosque da contemplação, <br />Fonte jucunda<br />Jucundo - que manifesta alegria, feliz, jovial, vivo, que transcorre de modo agradável, suave.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-86531105961456854212012-03-29T13:09:00.000-07:002012-03-29T13:10:26.491-07:00Três Lições para Administrar o TempoComo você se sente em relação ao tempo? É seu escravo ou senhor? É seu inimigo ou aliado? <br />A maioria das pessoas reclama da falta de tempo. Mas será que é tempo o que lhes falta ou método para manejá-lo?<br />Em 1736, Benjamim Franklin cunhou a famosa frase:<br />"Tempo é dinheiro". <br />De outro ponto de vista, Karl Marx afirmou que a riqueza capitalista se baseia no "furto do tempo de trabalho alheio".<br />Mas fora de toda a discussão filosófica, não há dúvida de que o tempo é um recurso, de que o tempo nos pode ser furtado, que é uma energia que não se repõe.<br />Por isso vou apresentar três lições de como tornar o tempo nosso aliado e fazê-lo correr a nosso favor.<br /><br /> <br />A administração do tempo parte de um princípio básico: gastar tempo para ganhar tempo. Oito minutos de planejamento é igual a uma hora de ganho.<br />A primeira lição para aprender a administrar o tempo é: <br />1) Descubra como você usa seu tempo<br />Examine a questão honestamente com perguntas como esta: Quanto tempo gasto com telefone, internet, tevê?<br />Avalie seu comportamento honestamente e identifique em que está desperdiçando o seu tempo.<br />2) Estabeleça seus objetivos e metas<br />Aonde você quer chegar no longo, médio e curto prazo?<br />Por exemplo: Maria quer se tornar uma escritora dentro de cinco anos (médio prazo).<br />O que ela deve fazer no curto prazo? Escrever metade de um romance em um ano. <br />3) Antecipe e Planeje<br />Você tem a sensação de que está sempre à mercê das circunstâncias? Se isso acontece é porque não está fazendo um adequado planejamento de seu tempo. <br />Faça um planejamento casado com seus objetivos, no longo, médio e curto prazo, nos vários aspectos de sua existência.<br />Por exemplo: Se Maria tem como objetivo ser escritora, deve planejar seu trabalho de escrita.<br /><br /><br />Conclusão <br />Essas três regras são apenas o começo para aprender administrar o tempo. Tente colocá-las em prática, até que administrar seu tempo se torne um hábito. <br />Pode ser que você não se torne um cientista da magnitude de Benjamin Franklin ou tão célebre como Karl Marx, mas poderá conseguir tempo livre para pensar, criar ou simplesmente ficar mais tempo com sua família e amigos.<br />Ter consciência de como utilizamos nosso tempo, estabelecer objetivos, planejar nossa vida e as atividades de nosso dia a dia é o começo da aprendizagem da administração do tempo. <br />Contudo, ser capaz de administrar o tempo não é uma questão de aprender técnicas e sim de aplicá-las. <br />Se você já tentou e não conseguiu, persista, até que administrar seu tempo se torne um hábito.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-76523746726460619612012-03-12T14:50:00.000-07:002012-03-12T14:51:46.135-07:00A Mulher e o Amor, Uma relação necessáriaAnotações – Rai – Palestra:<br /> A Mulher e o Amor, Uma relação necessária<br />Palestrante: Lúcia Helena Galvão<br />Nova Acrópole – Lago Norte<br />08 de março de 2012<br />Existem virtudes próprias do feminino<br />Existem virtudes próprias do masculino<br /><br />O que vem a ser a felicidade para a mulher?<br />Primeiro preciso saber quem sou. É uma questão de identidade. <br />(Quem sou – identidade)<br />Segundo, preciso saber onde estou e para onde vou. <br />Onde estou? Para onde vou?<br />A polaridade masculino/feminino– superestimamos o masculino e subestimamos o feminino. É necessário subir o fiel da balança para que se equilibrem.<br />No palco da vida, vivemos um papel. <br />No teatro grego, a máscara tinha a forma de cone, o cone projetava a voz.<br />Temos que cuidar para que as aparências não nos escravizem. Porém, devemos perguntar: O que posso aprender com o papel feminino? Como ser humano me foi dada a oportunidade de viver esse papel.<br />O que seria a realização do feminino? (Essa pergunta será respondida mais tarde) <br /><br />A DUALIDADE: O universo é dual por definição<br />Escuro/luminoso<br />Tao/movimento<br />ying/yang/<br />A harmonia se constrói por oposição<br />A dualidade cósmica – quando elementos diferentes se conciliam surge a harmonia.<br />As coisas no mundo material manifestam-se na dualidade – as sombras correm atrás da ideia, que é a evolução. <br />Visualize o ideal masculino e o ideal feminino<br />Antigamente existiam os códigos de honra – propunham um ideal.<br /><br />A questão não é o que você faz, mas como se faz.<br /><br />CARACTERÍSTICAS DO FEMININO<br />Centro - <br />As sacerdotisas ou gestais guardavam o fogo no Templo, em Roma. O fogo central em nome do que as coisas eram feitas. O império Romano se expandia em torno do centro.<br />A preservação do centro era feminino.<br />O masculino gerava para ambos o movimento de espiral: evoluir.<br />O movimento de espiral representa o eterno retorno. A cada nova experiência, nos aproximamos mais do centro. <br /><br />A potencialidade de se sobrepor às circunstâncias é aumentada quando existe harmonia entre o masculino e o feminino.<br /><br />Consolidação<br /> O ideal masculino expande,<br />O ideal feminino consolida<br />É como uma escada, combina o vetor vertical (masculino) com o horizontal (feminino) consolida a altitude, assim é alcançada a ascensão. <br />O adensamento/prevalência do masculino torna o homem predador em relação à natureza.<br />O exemplo de uma obra que combina a polaridade masculina e feminina: o afresco de Michelangelo na capela Sistina, retratando Deus dando vida à Adão. A beleza da composição geral combinada com a perfeição do detalhe. Cada nervura do corpo de Adão, cada músculo, trabalhados minuciosamente. <br /><br />Canalizar Virtudes<br />O ser humano tem canais, como um prisma. <br /><br />Citação: Cada ser humano é uma parte do mistério que deixei de conhecer. Marco Aurélio (imperador romano e um dos representantes do estoicismo)<br />O amor é uma canalização do feminino<br />A mulher é a via de menor resistência para que o amor se canalize.<br />As funções ligadas ao ideal feminino se viram desvalorizadas, largadas no limbo.<br />O amor é um fator de união, é a conquista da unidade.<br />O amor é a recuperação da individualidade na multiplicidade.<br />O todo prepondera sobre a parte.<br />Um êxito com o outro e não contra o outro.<br /><br />A união tem de começar lá em cima – espiritual<br />Afinidade de ideias, sonhos, espírito, não é instinto, não é corpo.<br /><br />Elemento Água: nutritiva, generosa.<br />Maria vem de mar – água<br />A mulher é marcada pelo elemento água<br /><br />O coração é como um prisma – irradia luz/amor em todas as direções<br />Para Platão o amor se realiza no bem do ser amado.<br /><br />Quando o coração feminino, que foi feito para irradiar amor, se concentra numa só direção torna-se como um raio-laser, não há quem suporte. “Amo apenas meu marido, meu filho, meu namorado.” O amor torna-se possessivo, ciumento.<br /><br />Disso resulta a doença coletiva do feminino: uma necessidade de afetividade que não tem oportunidade de se expressar.<br />Não tem necessidade tão grande de afetividade quem distribui afetividade, pois o amor quando se expressa de maneira natural basta a si mesmo.<br />O amor se empobrece ao esperar qualquer contrapartida.<br /><br />O bem do ser amado: o bem do ser amado é o que ele necessita e não o que ele quer.<br />A afetividade piegas que nós temos hoje está muito mais relacionada ao egoísmo do que ao amor.<br />Segundo Platão, o amor mais legítimo costuma ser entre pais e filhos.<br />O amor não é um convite a possuir, mas um convite a se entregar.<br /><br />Como posso ser um canal de expressão do amor?<br />O centro é a lei do universo<br />Autonomia<br />Tenho autonomia, quer dizer, não está na mão do outro decidir o que faço.<br />A autonomia dar dignidade<br />O que faz mal é a ausência de amor.<br />O êxito # felicidade<br />Hoje existe um monte de meios de comunicação, para dizer o quê?<br /><br />Solidão – é a falta de si próprio.<br />O processo de individuação - a individualidade é tida como uma traição pela sociedade, porque o erro passa a ser pessoal, expondo a todo mundo. <br />A massificação não produz felicidade.<br />Será que o machismo é algo que se expressa apenas do lado masculino?<br />Não, pois independe do corpo físico para se manifestar, é uma posição que tanto pode ser assumida por mulheres quanto por homens. Infelizmente, hoje se vê que mulheres quando assumem a posição de mando são muito mais tiranas que os homens, pois elas copiam o masculino e a cópia nunca é igual, tende a ser pior. <br />Carência dos atributos femininos em nossa sociedade <br />O ideal feminino - atributos ausentes na sociedade – saudades do feminino<br />Ao prejudicar o feminino causamos um dano à humanidade.<br /><br /><br />Em suma: O que seria a realização do feminino?<br />Ser um canal para a expressão do amor,<br />Vivenciar seu papel no palco da vida assumindo suas características femininas;<br />Consolidar, aprofundar, unir, complementando o atributo masculino da expansão. <br />Irradiar amor como um prisma, sem esperar qualquer contrapartida.<br />Ser como um centro, o ponto de referência, o fogo das gestais que nunca se apaga, como o espírito de Roma, em torno do qual a humanidade se expande, evolui.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-47988517590515540182012-01-29T14:51:00.000-08:002012-01-29T14:52:32.499-08:00As Seis Máximas da Cortesia ou DelicadezaIntrodução:<br />Você acha que os nossos aborrecimentos vêm da falta de dinheiro, de tempo ou da bagunça das cidades? Não, a maior parte de nossos aborrecimentos cotidianos vem de nossa dificuldade de comunicação.<br />Por isso, hoje, vou apresentar para vocês seis regras, por meio das quais podemos melhorar a nossa interação social no dia a dia.<br /><br />Argumentação: <br />Essas regras são chamadas de máximas da polidez ou cortesia, ou máximas de Leech, por causa do estudioso da Pragmática da Comunicação que as enunciou, Geoffrey Leech (1983). <br />Em 1983, Geoffrey Leech analisou vários princípios conversacionais e aproximou o conceito tradicional de retórica ao de pragmática, enquanto estudo do sentido em relação às situações discursivas. <br /><br />As seis máximas de Leech derivam do principio da polidez. Vejamos:<br /><br />1. Máxima do Tato: minimize o custo para o outro; maximize as vantagens dele.<br />Considere o exemplo abaixo: “Posso interrompê-lo, professor? Se eu pudesse, gostaria de esclarecer meu ponto de vista”.<br /><br />2. Máxima da generosidade (minimize os seus próprios benefícios, maximize as vantagens para o outro, o custo para você mesmo)<br /><br /> Exemplo: você tem um hóspede em sua casa, ele resolve arrumar a mesa, você diz: “O que é isso? Relaxe e me deixe arrumar a mesa. Você é nosso convidado e hóspede”.<br /><br />3. Máxima da Aprovação (minimize a censura do outro; maximiza o elogio do outro)<br />Ex: “Eu assisti à sua apresentação, foi muito boa. Você fez um ótimo trabalho”.<br /><br />4. Máxima da Modéstia (minimiza o elogio de si próprio; maximiza a crítica de si próprio)<br /> O exemplo mais famoso é sobre Sócrates. Quando o oráculos de Delfos proclamou que Sócrates era o homem mais sábio de toda a Grécia, ele replicou: Quanto mais procuro saber, me dou conta que de nada sei. <br />5. Máxima da Concordância (minimiza o desacordo entre si próprio e o outro;<br />maximiza o acordo entre si próprio e o outro) <br />Ex: Sem dúvida, parece que é isso mesmo. Mas façamos uma correção, pois corremos o risco de não fazer uma precisa definição do assunto.<br /><br />6. A máxima da simpatia: (minimiza a antipatia entre si próprio e o outro; maximiza a simpatia entre si próprio e o outro)<br />Ex: Ana: “Você está lendo esse livro? Você está gostando?” Bia: “Sim” . Ana: Também adorei essa obra. <br /><br />Conclusão <br />Por fim, num mundo onde ainda predomina a aspereza, a discórdia, o insulto, pessoas que agem com polidez, com cortesia terminam, quase sempre, sendo bem recebidas em toda parte e conquistando ouvintes.<br />Colocando essas regras em prática, você conseguirá uma interação social muito mais harmoniosa, mais rica e mais lúdica.<br />Quem se comunica com polidez e cortesia revela respeito, atenção, delicadeza e consideração ao outro, além de potencializar a sua capacidade de comunicação.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-70247991320682255522012-01-29T14:46:00.000-08:002012-01-29T14:47:32.422-08:00Fale com o cavalo ou A Crise da Atenção(Não sei quando comecei este texto, interrompi-o no trecho que começa a falar de Tchekhov, ponto de onde hoje recomecei, 29/01/2012)<br />Existe uma crise que, embora, encontremo-nos com ela em nosso cotidiano, não está na mídia. Esta crise é tão concreta quanto está passeando numa estrada tranqüila e, de repente, topar numa pedra. Mas ela muda de aspecto como um camaleão, se camufla como um urutau, por isso é difícil defini-la e mesmo notá-la.<br />Se a sociedade de massa estimula o individualismo, ela fez com que perdêssemos o sentido da significação individual. A importância que cada um de nós tem perante a sociedade foi diminuindo à medida que se foi difundindo a idéia de que ninguém é insubstituível, e, de fato, percebemos que o mundo continua seu curso, a despeito do desaparecimento trágico de milhares de pessoas em catástrofes naturais ou na guerra, e percebemos que isso acontecerá quando chegar a nossa vez. Provavelmente, só faremos falta para os familiares e os amigos. <br />Mas essa crise não é de agora e a verdade é que nenhum governo, povo, ou nação resolveu enfrentá-la. Ela virou problema para psicólogos, terapeutas, sociólogos, teólogos e, sobretudo, foi deixada aos cuidados das religiões, seitas, associações, filiações, clubes, etc.<br />Estava trelendo os contos de Anton Tchekhov (1860-1904), pois os contos de Tchekhov, penso eu, merecem ser relidos muitas vezes, quando me deparei com um desses personagens solitários, carentes de atenção. Solitário, não por sua índole, mas por sua invisibilidade. Com certeza, o solitário pode ser encontrado em vários contos de Tchekhov, mas o que me refiro encontra-se no conto “Angústia”, que tem o subtítulo “A quem confiar minha tristeza”. <br />Ele é um pobre cocheiro, rodando pelas ruas geladas de São Petersburgo, como um fantasma, completamente coberto de neve. O primeiro passageiro entra, é um militar. O cocheiro anseia por se comunicar, vai logo puxando assunto: “Pois é, meu senhor, assim é... perdi um filho esta semana.” O passageiro chega a perguntar: “De que foi que morreu?” Mas logo que o velho cocheiro se volta para entabular conversa, o militar rosna: “Dá a volta, diabo! Não está mais enxergando, cachorro velho?” <br />Em seguida, entram três passageiros, um deles é corcunda. Eles cobrem o cocheiro de insultos, regateiam no pagamento. O mais agressivo de todos é o corcunda. Num instante de pausa da tagarelice dos passageiros, o cocheiro balbucia: “ Esta semana... assim... perdi meu filho!” Mas os passageiros reagem dando-lhes muitas pancadas no pescoço.<br />Nem seria necessário, mas em determinado trecho, o isolamento de Iona, o cocheiro, é descrito: “Os olhos de Iona correm, inquietos e sofredores, pela multidão que se agita de ambos os lados da rua: não haverá, entre esses milhares de pessoas, uma ao menos que possa ouvi-lo? Mas a multidão corre, sem reparar nele, nem na sua angústia...”<br />Iona precisa falar da morte do filho, precisa contar como padeceu, como sofreu. E “o ouvinte deve soltar exclamações, suspirar, lamentar...” <br />Na falta desse ouvinte, o velho cocheiro termina contando sua triste história para o cavalo.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-73552878561571272142011-10-09T06:41:00.000-07:002011-10-09T06:42:45.118-07:00Fragmentos de Filosofia - Heidegger(Extraído de Heidegger, coleção os pensadores, Nova Cultural)<br />Martin Heidegger (1889-1976)<br />Heidegger coloca como ponto de partida de sua reflexão aquele ser que se dá a conhecer imediatamente, ou seja, o próprio homem.<br />O filósofo deve, portanto, partir da existência humana, dasein: “ser aí”, tal como se dá imediatamente à consciência, a fim de elevar-se até o desvelamento do ser em si mesmo, último objetivo de toda reflexão filosófica. <br />Para Heidegger a existência humana seria constituída por três aspectos fundamentais: a facticidade, a existencialidade e a ruína. <br />A facticidade consistiria no fato de o homem estar jogado no mundo, sem que sua vontade tenha participado disso. <br />A existencialidade ou transcendência é constituída pelos atos de apropriação das coisas do mundo, por parte de cada indivíduo, designa a existência interior e pessoal. Nesse sentindo, o ser humano existiria como antecipação de suas próprias possibilidades, existiria na frente de si mesmo e agarraria sua situação como desafio ao seu próprio poder de tornar-se o que deseja. Para Heidegger, o homem está sempre procurando algo além de si mesmo; o seu verdadeiro ser consiste em objetivar aquilo que ainda não é.<br />O terceiro aspecto, a ruína, significa o desvio de cada indivíduo de seu projeto essencial, em favor das preocupações cotidianas, que o distraem e o perturbam, confundindo-o com a massa coletiva. O eu individual seria sacrificado ao persistente e opressivo eles. O ser humano, em sua vida cotidiana, seria promiscuamente público e reduziria sua vida à vida com os outros e para os outros, alienando-se totalmente da principal tarefa que seria tornar-se si-mesmo.<br />Para Heidegger, a vida cotidiana faria do homem um ser preguiçoso e cansado de si próprio, que, acovardado diante das pressões sociais, acaba preferindo vegetar na banalidade e no anonimato, pensando e vivendo por meio de idéias e sentimentos acabados e inalteráveis, como ente exilado de si mesmo e do ser.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-51080305092765447132011-08-14T15:41:00.000-07:002011-08-17T08:31:19.728-07:00Sandy destrói o clichêQuem nunca ouviu a famosa frase: “Uma boa imagem vale mais que mil palavras” ?
<br />Embora seja atribuída a Confúcio, fontes mais seguras localizam o uso moderno da frase numa propaganda de tintas de impressoras nas laterais dos bondes dos Estados Unidos no início do século XX.
<br />A frase tornou-se um clichê, e, na maioria das vezes, parece incontestável. Parecia... até que a revista Playboy publicasse uma entrevista com a cantora Sandy.
<br />A frase de Sandy (repetida à exaustão na mídia, portanto, não vou repetir) torna-se o chamariz mais forte que a bela imagem da capa. Um feito extraordinário. Essa garota parece realmente um prodígio! ( Muito bem capitaneado pelo repórter/editor da revista, é óbvio).
<br />Na visão de um moralista, a frase parece tão chocante e vulgar que ele não imagina os lábios perfeitos de Sandy a pronunciá-la.
<br />Alguns disseram que Sandy saiu do armário. Saiu?! Acho justamente o contrário, Sandy caiu no armário, prenderam-na num armário. Armário lembra armação, armadilha, arma.
<br />Não entendo esse desejo de falar de orifícios e canais. De invadir as profundezas do corpo, de saber que usos fazem delas. Mas o que importa isso?!
<br />Essa discussão toda me fez lembrar a famosa frase de Paul Valery:
<br />“O mais profundo é a pele”.
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<br />
<br />
<br />Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-42318480954023427192011-08-14T12:18:00.000-07:002011-08-14T14:47:37.508-07:00O Que é Isto, a Orelha?O Que é Isto, a Orelha?
<br />Os gregos da época clássica tinham uma maneira filosófica de perguntar: O que é isto, a Metafísica? O que é isto, a Filosofia? O que é isto, a Verdade?
<br />Ontem dei para sonhar com uma pergunta filosófica. Mas o que me estranhou foi o objeto sobre o qual recaía a pergunta. A orelha!
<br />Sonhei que respondia à pergunta: O que é Isto – A Orelha?
<br />De imediato, eu respondia: a orelha é onde se põe o brinco. (Ao despertar, isso me fez dar risadas)
<br />Mas, depois – continua o sonho – , acionando camadas menos superficiais da mente, percebo o meu equívoco e reformulo a resposta para: a orelha é a parte cartilaginosa exterior ao ouvido que serve para proteger e amplificar o som que chega ao canal auditivo.
<br />Ao amanhecer fiquei pensando sobre esse pequeno sonho.
<br /> A primeira resposta é tão pueril que chega mesmo a ser engraçada. Contudo, é representativa. Representativa da maneira imediatista ou superficial de ver a vida e de observar os acontecimentos do mundo ou do universo.
<br />Outro ponto que fiquei pensando foi sobre o objeto da pergunta, a Orelha. Parece uma parte tão insignificante do corpo. Entretanto, se observarmos o complexo funcionamento do aparelho auditivo ou mesmo o valor simbólico que é dado à Orelha em algumas culturas, ela se torna merecedora de atenção.
<br />E, por fim, concluí que, numa cultura na qual o olho é indubitavelmente o órgão mais requisitado, para escapar da visão imediatista, talvez seja necessário pensar mais sobre e/ou com as orelhas.
<br />
<br />
<br />Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-76239556060084673312011-05-19T09:58:00.000-07:002011-05-19T10:32:43.107-07:00A BOA SORTEFolheando meus alfarrábios, encontrei um recorte sobre o livro “A Boa Sorte” <br />(Autores: Fernando Trías de Bes e Álex Ravira Celma, Editora Sextante) <br />Anotei essas dicas de boa sorte: <br />1ª - A Boa Sorte é criada por você;<br />2ª - Muitos querem ter a Boa Sorte, mas poucos se decidem a buscá-la;<br />3ª - Se você não tem a Boa Sorte agora, talvez seja porque está sob as circunstâncias de sempre;<br />4ª - Criar as condições favoráveis a outros também atrai a Boa Sorte para você;<br />5ª - Se deixar para amanhã o trabalho que precisa ser feito hoje, a Boa Sorte talvez não chegue tão cedo;<br />6ª - Às vezes, é necessário procurar nos detalhes;<br />7ª - Para quem se dedica a criar as condições favoráveis, o acaso não é motivo de preocupação;<br />8ª - A Boa Sorte não se compra e não se vende. Desconfie dos vendedores da sorte;<br />9ª - Após criar todas as condições favoráveis, tenha paciência, não desista.<br />10ª - É preciso preparar as condições para as oportunidades. No entanto, as oportunidades não dependem de sorte ou de acaso: elas estão sempre presentes. <br /><br />Em suma: ter Boa Sorte consiste unicamente em criar as condições favoráveis.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-7613984017417522422011-05-19T06:31:00.000-07:002011-05-19T06:32:37.976-07:00O sonho com o teoremaEstava num anfiteatro para fazer uma prova de Matemática. <br />A questão era cercada de nuances, porém, quando acordei, me escaparam totalmente. Era mais ou menos assim:<br />“Num condomínio, realizou-se uma assembléia para a escolha do melhor sistema de segurança. 96 homens belos votaram na proposta A: vigilância por um circuito fechado de tevê. 14 homens belos votaram na proposta B: um sistema de vigilância com homens, sem utilização de câmeras.” <br />Ao final da Assembléia, venceu a proposta B. <br />A pergunta (devo dizer que não me recordo claramente): Quantos homens existiam na Assembléia? Ou seria: Qual a proporção de homens feios que votou na proposta vencedora? Ou, ainda: Qual a quantidade mínima necessária de votos para a proposta B vencer?<br />Mas a verdadeira pergunta, esqueci! Assim como a resolução.<br />O que mais me impressionou foi o comentário após a solução da questão: <br />“Essa resposta só é possível graças à mágica da Matemática,<br />Mas na vida real, como ficaria a solução do problema? Onde estamos? Do lado dos feios ou dos belos?<br />Não importa. Pois, afinal, quando abrimos a porta não somos belos nem feios, somos a verdade.”<br />(sonho do dia 18/05/2011)Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-91465860965298014472011-03-14T10:12:00.000-07:002011-04-14T07:03:35.170-07:00SidartaComentários e trechos de Sidarta, <br />Hermann Hesse (1877-1962)<br />Tradução: Herbert Caro<br />52ª edição (revisada)<br />Editora Record 2009<br /><br />Primeira Parte<br /><br />(Dedicada a Romain Rolland)<br />O filho do brâmane<br />Sidarta, jovem falcão, junto com Govinda, seu amigo, ambos pertencentes à casta brâmane, depois de questionar os costumes e o saber tradicional, abandona a família para se tornar samana (ascetas) .<br />Sidarta percebe que a sabedoria brâmane e a dos eruditos não garante uma existência feliz.<br />“Quem poderia, porém, afirmar que esse homem, que tanta coisa sabia, levava uma existência feliz? Não seria também ele um acossado pela sede?” p. 20<br />Sidarta questiona os sacrifícios e costumes: <br />“Por que era preciso que tal ser incensurável se lavasse diariamente de seus pecados, empenhando-se dia a dia naquela incessante purificação?” p. 20<br /><br />Com os Samanas<br />O desejo de Sidarta: Tornar-se vazio, vazio de sede, vazio de desejos, vazio de sonhos, vazio de alegria e de pesar. (...) p. 28<br />Quando todo e qualquer eu estivesse dominado e morto, quando, dentro do coração, se calassem todos os anseios e instintos, inevitavelmente despertaria no seu ser a quinta-essência, o último elemento, aquilo que já não fosse o eu, o grande mistério. P. 28<br />Sidarta, acossado de nova sede, tornava a espreitar, qual caçador, uma lacuna que lhe permitisse esquivar-se do circuito, para descobrir o lugar onde encontrasse o fim das causas e começasse a eternidade isenta de pesares. P. 29<br />Sidarta aprendia com os samanas numerosos métodos de separar-se do eu. P.30<br />(...) No entanto, por mais que os caminhos o afastassem do eu, ao fim, sempre o reconduziam até ele. (...) sempre vinha a hora em que era novamente Sidarta.<br />Sidarta não está convencido de que a doutrina dos samanas é o seu caminho.<br />As lições que até hoje aprendi dos samanas, poderia tê-las assimilado mais depressa e com menos esforço. (...) posso aprendê-lo em qualquer tasca do bairro de meretriz, entre carroceiros e jogadores de dados. P.31<br />Sidarta questiona: O que é a meditação? O que é o abandono do corpo? O que significa o jejum? E a suspensão do fôlego? São modos de fugirmos de nós mesmos. Conclui ele. <br />São momentos durante os quais o homem escapa à tortura de seu eu. Fazemo-nos esquecer, passageiramente, o sofrimento e a insensatez da vida. P. 31.<br />Sidarta duvida de que, com exercícios, jejuns, meditação se possa alcançar o Nirvana. <br />“Mas nunca alcançaremos o Nirvana (...). Acharemos consolo, encontraremos esquecimento, aprenderemos técnicas mediante as quais nos possamos iludir. O essencial, porém, o caminho dos caminhos, jamais se nos descortina.”<br />Sidarta diz que consultou os brâmanes, ano por ano, e que consultou os piedosos samanas sem obter resposta. Assim, conclui ironicamente: <br />“Talvez, ó Govinda, fosse igualmente oportuno, sensato e proveitoso interrogar uma ave ou um chimpanzé.” P.34<br />Sidarta conclui que não se pode aprender nada, que existe uma única sabedoria, é o Atman, que está em qualquer criatura. P.34<br />Govinda, assombrado, pergunta como ficaria a santidade das orações, o que seria feito da respeitabilidade da classe dos brâmanes e da virtude dos samanas, se aquilo fosse verdade e não pudessem aprender nada. (Govinda preocupa-se com a tradição, sua educação não admite questionar o saber estabelecido).<br />Sidarta ouve rumores sobre Gotama, o Buda, o sábio da estirpe dos Saquias, por isso era chamado de Saquia-Muni.<br />Após três anos em companhia dos samanas, Sidarta e Govinda decidem abandoná-los. O decano dos samanas enfurece-se, grita e diz impropérios, demonstrando que não passa de um homem comum, o que os deixa perplexos. P.39<br /><br />Gotama<br />Sidarta e Govinda vão ao encontro de Gotama, na cidade de Savati, para ouvirem de sua boca a doutrina. P.41<br />Gotama ministrava a doutrina do sofrimento, da origem do sofrimento, do caminho à abolição do sofrimento. P. 45<br />A vida era sofrimento; o mundo estava cheio de mágoas; mas encontrara-se a salvação capaz de livrar-nos das tristezas: achá-la-ia quem acompanhasse o caminho de Buda.<br />Buda ensinava os quatro axiomas fundamentais, ensinava a óctupla estrada. P. 45<br />Govinda solicita sua admissão ao círculo de discípulos de Buda e é aceito.<br />Sidarta decide separar-se do amigo, Govinda, e buscar um caminho solitário. <br />Antes de partir, Sidarta se encontra com Gotama. Pede licença ao Buda para lhe falar:<br />“Há uma coisa, ó Venerabilíssimo, que despertou em mim especial admiração, logo que conheci a tua doutrina. Nessa doutrina, tudo fica completamente claro. Tudo é demonstrado. Tu mostras o mundo sob a forma de uma corrente perfeita, jamais e nenhures interrompida, corrente eterna, constituída de causas e efeitos. Nunca, em parte alguma, isso se percebeu com tamanha nitidez, nem tampouco foi exposto tão irrefutavelmente. Realmente, os corações de todos os brâmanes deverão vibrar de alegria, quando seus olhos enxergarem o cosmo através de tua doutrina, esse cosmo fora um conjunto inteiriço, sem lacunas, límpido como um cristal, não dependente nem do acaso nem dos deuses. Se o mundo é bom ou mau, se a vida em seus confins é sofrimento ou prazer, essa pergunta pode permanecer sem resposta.<br /> Pode ser que aquilo tenha pouca importância. Mas a unidade do mundo, o nexo existente entre todos os acontecimentos, o fato de todas as coisas, tanto as grandes como as pequenas, estarem incluídas no mesmo decorrer,na mesma lei das causas, do devir e do morrer... tudo isso, ó Augusto, ressalta luminosamente, na tua excelsa doutrina. <br />Mas, nessa mesma doutrina, há um único lugar em que tal unidade e lógica das coisas estejam interrompidas. (...) que não pode ser mostrado nem comprovado. Refiro-me à tua tese acerca da possibilidade de superarmos o mundo e alcançarmos a redenção. Ora, essa pequeníssima lacuna, essa brechazinha, basta para destruir e liquidar toda a unidade e eternidade da lei cósmica.” P.49<br />Gotama explica que o desígnio de sua doutrina não é explicar o mundo, mas a redenção do sofrimento. P.50<br />Sidarta contrapõe que seu raciocínio é de que ninguém chega à redenção através da doutrina. <br />O propósito de Sidarta – prosseguir em peregrinação, não para ir em busca de outra doutrina melhor, senão para se separar de quaisquer doutrina e mestres, a fim de que possa sozinho alcançar seu destino ou então morrer. P. 51<br /><br />O despertar p. 53<br />Sidarta parte definitivamente, deixando para trás toda a sua vida anterior.<br />Sidarta cessara de sentir o desejo de ter mestres e de receber ensinamentos. Acabava de abandonar o último mestre que surgira no curso de sua jornada, o Buda. <br />Pergunta a si mesmo: Mas que desejaste aprender dos teus mestres e extrair dos seus preceitos? Que será aquilo que eles, que tanto te ensinaram, não conseguiram propiciar-te? <br />E ele encontra a resposta:<br />Era meu desejo conhecer o sentido e a essência do eu, para desprender-me dele e superá-lo. P. 54 (...) Realmente, nada neste mundo preocupou-me tanto quanto esse eu, esse mistério de estar vivo, de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado de todos os demais, de ser Sidarta!<br />Decide encontrar por si mesmo o sentido de sua existência e iniciar uma vida totalmente nova:<br />Não me deixarei orientar pelo Yoga-Veda, nem pelo Atarva-Veda, nem por ascetas, nem por doutrina alguma. Aprenderei por mim mesmo. P. 55.<br />Ao observar ao seu redor e se enternecer com a beleza do mundo, constata que andou deveras surdo e insensível, pois o sentido e a essência não se encontravam em algum lugar atrás das coisas, senão em seu interior, no íntimo de todas elas. P. 56<br />Sidarta deixa de ver o mundo dos fenômenos como ilusão. P. 56 <br />“Chamei de ilusão o mundo dos fenômenos. Considerei meus olhos e minha língua apenas aparentes, causais, desprovidos de valor. Ora, isso passou.” P.56Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-88054094660144814022011-03-10T16:42:00.001-08:002011-03-11T06:34:06.037-08:00DESAFIO DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHONão há dúvida de que entrar no mercado de trabalho é o mais importante canal para a independência e a liberação das mulheres. No entanto, conhecemos a história: <br />as mulheres têm pouca participação nas funções mais altas e estão mais presentes nos cargos menos especializados. Estamos sub-representadas nos cargos bem pagos e excessivamente presentes nos mal pagos. No Brasil, de cada 10 cargos executivos existentes nas grandes empresas, apenas um é ocupado por mulheres. <br /> <br />Nós mulheres somos a maioria da população brasileira. O Censo de 2010 indica 190.732.694 de brasileiros, dos quais 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens, ou seja, somos 51% da população do país. Porém, as mulheres são minoria no mercado de trabalho, tendo apenas 41,9% de participação contra e 58,1% de participação masculina. <br /><br />Diante desse quadro vem-nos à mente duas grandes perguntas, a primeira é: <br /><br />Por que isso acontece? <br /><br /> Vivemos milhares de anos sob o poder masculino. Esse poder foi legitimado por uma ideologia que afirmava que a mulher era inferior ao homem, que era menos inteligente, ou que talvez nem tivesse inteligência e que por isso não podia trabalhar. <br />Mentira! A verdade é que as mulheres sempre trabalharam.<br /> <br /> Antes do processo de industrialização, eram elas que pilavam todo o arroz e o milho, que descaroçavam e fiavam o algodão; que teciam e costuravam as roupas, que abasteciam a casa de água, que faziam o pão e fabricavam todos os alimentos e até o sabão! <br /><br />Então, imagine: a mulher fazia o trabalho que a companhia de águas faz hoje, que a indústria de beneficiamento do arroz, do milho e do algodão; que a indústria têxtil, de vestuário e de alimentos. E em alguns lugares ainda é assim. Mas nunca foi um trabalho reconhecido pela sociedade.<br /><br />Contudo, a despeito das adversidades, as mulheres ingressaram no mercado de trabalho remunerado em enorme quantidade, obtendo ganhos importantes. Todavia, em nenhuma parte a igualdade de gênero foi alcançada. <br /><br />Em 2009, aproximadamente 35,5% das mulheres brasileiras estavam inseridas no mercado de trabalho como empregadas com carteira de trabalho assinada, percentual inferior ao observado na distribuição masculina (43,9%). <br /><br />Embora façam 2/3 do trabalho mundial, as mulheres detêm menos de 1% das riquezas mundiais. Elas continuam sendo exploradas e constantemente são vítimas de violência e abusos. <br /><br />Agora vem a outra pergunta:<br /> <br />De que maneira mudar esse quadro?<br /><br />Através de nossa ação:<br />Nós mulheres temos que entrar em ação, temos que assumir uma nova postura: participação política, cobrança e luta. <br /><br />Através da Capacitação e do trabalho.<br /><br />As estatísticas comprovam que a mulher estuda mais, lê mais, que tem mais instrução, no entanto, continuam ganhando menos que os homens que exercem as mesmas funções. Mas isso não é motivo para nos desestimular. Temos que nos capacitar mais ainda, pois, em parte, foi graças a essa capacitação que conseguimos melhorar nossa posição no mercado de trabalho.<br />Existe uma secretaria no Governo Federal voltada só para as mulheres, chamada Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, contudo sentimos os reflexos de sua atuação? <br />Temos que cobrar junto a essa Secretaria a implementação de políticas públicas voltadas para as mulheres. <br />Saiu um documento do governo federal, produzido por essa Secretaria, chamado de Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Esse documento, um calhamaço de mais 237 páginas, versão compacta, pode ser encontrado na página da Secretaria, traz, entre outros objetivos das políticas para as mulheres, os seguintes:<br /> Apoiar a realização de cursos de capacitação e qualificação técnica e gerencial para mulheres.<br />Realizar campanhas para ampliar o acesso de mulheres a profissões, cargos e funções historicamente ocupadas por homens.<br />Promover a autonomia econômica e financeira das mulheres por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e do apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo e comércio.<br />Ampliar o acesso das mulheres empreendedoras no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado do MTE. (Que programa é esse?)<br />Implementar o Programa Trabalho e Empreendedorismo das Mulheres.<br />Implementar o Programa Trabalho, Artesanato, Turismo e Autonomia das Mulheres.<br />Aumentar em 12%, entre 2008 e 2011, o número de crianças entre zero e seis anos de idade freqüentando creche ou pré-escola na rede pública;<br />Construir 1.714 creches e pré-escolas, entre 2008 e 2011;<br />Adotar medidas que promovam a elevação em 4% na taxa de atividade das mulheres com 16 anos ou mais, entre 2006 e 2011;<br />Manter a média nacional em, no mínimo, 50% de participação das mulheres no total de trabalhadores capacitados e qualificados atendidos pelo PNQ e nos convênios do MTE com entidades que desenvolvam formação profissional;<br />Capacitar 12.000 mulheres no âmbito do Plano Trabalho Doméstico Cidadão e articular para sua incorporação na Educação de Jovens e Adultos;<br />Aumentar em 30% o número de trabalhadoras domésticas com carteira assinada;<br />Conceder crédito especial (Pronaf Mulher) a 58 mil mulheres trabalhadoras rurais, no período de 2008 a 2011; <br /> Ampliar a participação das mulheres no Pronaf para 35%;<br /> Atender 29 mil mulheres em projetos de Assistência Técnica protagonizada por mulheres até 2011; <br />Realizar 1.500 mutirões do Programa Nacional de Documentação das Trabalhadoras Rurais, no período de 2008 a 2011;<br />Emitir documentação civil para 80 mil mulheres nas áreas entorno dos empreendimentos dos setores eletro, energético e mineral, em todo o território nacional;<br /> Promover políticas de ações afirmativas no mundo do trabalho que reafirmem a condição das mulheres como sujeitos sociais e políticos, considerando as dimensões étnico-raciais;<br />Promover a valorização e o reconhecimento da contribuição econômica das mulheres no meio rural e nas comunidades tradicionais;<br />Garantir às trabalhadoras domésticas o exercício de todos os direitos trabalhistas previstos no Artigo 7º da Constituição Federal concedidos às trabalhadoras em geral;<br />Promover a organização produtiva de mulheres que vivem em contexto de vulnerabilidade social, notadamente nas periferias urbanas.<br />Etc.<br /><br />Temos que cobrar o cumprimento desses objetivos.<br /><br />E aonde a mulher pode se capacitar para o trabalho? <br />Através do ensino regular e das universidades, nos centros de aprendizagem SENAC, SENAI e nas escolas técnico-profissionalizantes.<br />Ou seja, as opções não são muitas. Temos que reivindicar mais centros de capacitação e o cumprimento das metas do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. <br /><br />Precisamos de mais oportunidade, pois se uma mulher prospera, seus filhos também melhorarão de vida, as famílias prosperam e toda a comunidade se beneficia. <br />Veja o exemplo de Wangari Maathai, que ganhou o prêmio Nobel da Paz, em 2004. Ela conseguiu mobilizar as mulheres de um vilarejo no Quênia, onde já não havia mais nada. A terra estava estéril porque todas as árvores haviam sido cortadas e vendidas. Ela convence as mulheres a plantar e regar novas árvores, e, depois de seis anos, elas têm uma floresta, o solo é recuperado e a vila renasce.<br /><br />O pior do preconceito é quando acreditamos nele e o aceitamos como uma verdade. Podemos combatê-lo no dia-a-dia, na escola, no bairro, na igreja, no sindicato ou no movimento social organizado. Combater o preconceito e o machismo não é apenas defender direitos iguais, é fortalecer a nossa auto-estima e melhorar a nossa inserção no mercado de trabalho.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-64346155579389530692010-09-19T07:53:00.001-07:002010-09-19T07:57:45.201-07:00Trecho de Lobo da EstepeSem “tempo” para escrever, transcrevo frases soltas de Lobo da Estepe (Hermann Hesse (1887-1962), tradução Ivo Barroso, editora BestBolso)<br /><br />O selvagem<br /><br />“Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, uma ardor pela vida desregrada, baixa, normal e estéril...” p.37<br /><br />A educação adiposa<br /><br />“O que eu odiava mais profundamente e maldizia mais era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidades, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado.” P. 37<br /><br />Vinhos<br /><br />“Prefiro os vinhos simples, puros, mais leves e modestos, sem nome conhecido; desses pode-se tomar boa quantia e têm um grato sabor a campo, a terra, a céu e a bosque.”<br />p.45<br /><br />A felicidade<br /><br />“E esses homens para os quais a vida não oferece repouso, experimentam, às vezes, em seus raros momentos de felicidade, tanta força e tão indizível beleza, a espuma do instante de ventura emerge às vezes tão alta e deslumbradora sobre o mar da dor, que sua luz, espalhando radiância, vai atingir a outros com seu encantamento.” P. 57<br /><br />O burguês <br /><br />“O burguês é, pois, segundo sua natureza, uma criatura de impulso muito débeis e angustiosos, temerosa de qualquer entrega de si mesma, fácil de governar. Por isso, colocou, no lugar do poder, a maioria, no lugar da autoridade, a lei, no lugar da responsabilidade, as eleições” p. 66<br /><br />O humor<br /><br />“só o humor (talvez o produto mais genuíno e genial da humanidade) atinge esse impossível e une todos os aspectos da existência nos raios de um prisma”. P. 68<br /><br />"Mas todo verdadeiro humor começa quando a pessoa deixa de levar-se a sério." p. 202<br /><br />O homem<br /><br />“o homem é um bulbo formado por cem folhas, um tecido urdido com muitos fios.” P.74<br /><br />Eternidade<br /><br />“A eternidade não é mais que um momento, cuja duração não vai além de um gracejo.” P. 115<br /><br />“E a eternidade não era outra coisa senão a libertação do tempo; era, de certo modo, à volta à inocência, o regresso ao espaço.” P. 177<br /><br />Viver <br /><br />“Quem quiser música em vez de balbúrdia, alegria em vez de prazer, alma em vez de dinheiro, verdadeiro trabalho em vez de exploração, verdadeira paixão em vez de jogo, na encontrará guarida neste belo mundo.” P. 174<br /><br />A experiência da festa<br /><br />“Uma experiência, que me fora desconhecida ao longo de cinquenta anos, embora familiar a qualquer mocinha airada ou a qualquer estudante, revelou-se-me naquela noite de baile: a experiência da festa, o rumor da comunidade em festa, o segredo da submersão da pessoa na multidão, da unio mystic da alegria." p.192Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-52802857280030161852010-08-09T09:41:00.000-07:002010-09-06T05:32:00.480-07:00Isto não é um gambá<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio-fpk2D_2oYkUP6MzDPYlL3bdmT-neB6nHOWc7Z8netMhfDNsIHppXlQyq-Qo2TOa_KfgBWLwbljhafokKLlgBMp7sQ5vn3wMbJaAMHrVtfp49f2lRjGyRoThiyd3fNcaxSDZ5rcW6xib/s1600/jk+na+fazenda.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 146px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio-fpk2D_2oYkUP6MzDPYlL3bdmT-neB6nHOWc7Z8netMhfDNsIHppXlQyq-Qo2TOa_KfgBWLwbljhafokKLlgBMp7sQ5vn3wMbJaAMHrVtfp49f2lRjGyRoThiyd3fNcaxSDZ5rcW6xib/s200/jk+na+fazenda.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5503453604659397154" /></a><br />Isto não é um gambá. <br />(Imagem de JK em visita a fazenda no Gama. No destaque, Israel Pinheiro).Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-20035072676452958382010-07-24T12:16:00.000-07:002010-07-24T12:24:23.591-07:00Um dia cor de rosa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgF3uUlpabVdMM9r3itWhUSkw7VU-FJBZ2kk2SBBEzOL2zF3aNv0n6V2iEnz0v1WQHqKa6bbV1LkY6SCx-DpkonK-qJgdhufwUd8cO9EtzrYBnIsofAOe7pOl1m5BWF4Y12BrUYwcDiCi/s1600/0101.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 134px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsgF3uUlpabVdMM9r3itWhUSkw7VU-FJBZ2kk2SBBEzOL2zF3aNv0n6V2iEnz0v1WQHqKa6bbV1LkY6SCx-DpkonK-qJgdhufwUd8cO9EtzrYBnIsofAOe7pOl1m5BWF4Y12BrUYwcDiCi/s200/0101.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5497555679342871202" /></a>Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-75224616692018284032010-07-24T11:54:00.000-07:002010-07-24T12:14:51.820-07:00Tempo perdido, tempo sem escritaSe eu afirmar que não tenho tempo para escrever, parecerá mentira. Mas é verdade, falta-me tempo interior, um tempo que não se conta no relógio, pois afinal como disse Borges: o tempo é uma vaga e imprecisa convenção humana. <br />Tempo é faca de sete lâminas, com uma nos toma a juventude, com as demais vou pensar sobre o assunto e depois escrevo.<br />beijos<br />RaiToque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-6309816757746667762010-04-28T06:34:00.000-07:002010-08-15T11:29:56.625-07:00Ainda sobre o Amor: das táticas para esquecerTenho observado que comumente se adotam três táticas para esquecer um ex-amor.<br />1. Odiá-lo;<br />2. ridicularizá-lo;<br />3. arranjar outro;<br /><br />É claro que a mais eficiente e a melhor de todas é arranjar outro, lembrando o que nos ensina Roland Barthes, "é o amor que o sujeito ama, não o objeto". <br /> <br />Porém, se é a mais eficiente, nem sempre é a mais fácil, não só pela dificuldade natural de se encontrar um parceiro, mas, sobretudo, por causa da torrente de sentimentos negativos que nos imobiliza nesses momentos.<br /><br />Creio que odiar, fora de toda pregação cristã, é de todas as maneiras a mais dolorosa e prejudicial, pois, no fundo, odiar é se expor ao outro, é cutucar a própria ferida. Mas sendo esse sentimento um tanto quanto primitivo, por vezes, é dificílimo controlá-lo.<br /><br />Portanto, em minha opinião, ridicularizar é a tática menos nociva. Digo ridicularizar no sentido do lado risível de todos nós, pois, como disse Nietzsche, observado de perto todo indivíduo é ridículo. <br /><br /> Posso listar uma dúzia de atitudes ridículas do meu ex, como por exemplo: ele escondia comida no armário; ele não sabia contar piada, e quando se metia a fazer graça dava pena; ou então, ele era terrivelmente avarento, de forma que a única vez que chorou foi quando o dispensei de pagar o aluguel (chorou de emoção por economizar o seu bom dinheirinho). <br /><br />Com isso, em vez de odiá-lo, você vai dar boas risadas do seu ex-amorzinho.<br /><br />P.S. Se você tiver uma opinião diferente, ou queira acrescentar algo, deixe seu comentário.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-82236767405150281242010-04-25T09:02:00.000-07:002010-04-25T09:09:49.794-07:00Debate sobre o amor na perspectiva pós-moderna<strong>A ponte sobre o abismo – Começo pelo Fim</strong><br /><br />“Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados.”<br /><br />"Era inevitable: el olor de las almendras amargas le recordaba siempre el destino de los amores contrariados.”<br /><br />Gabriel García Márquez: O Amor nos Tempos do Cólera.<br /><br /> Eram duas horas da manhã e Justina ainda estava acordada. As ondas do mar rebentavam, a brisa soprava em sua janela. Porém, nada disso lhe importava. Nem mesmo o zumbido de uma mariposa que passeava pelo quarto. Remexia-se na cama numa espécie de frenesi. Seu coração batia contra as paredes de seu tórax como se desejasse rebentá-las, sair de seu cativeiro e escapar. Sua cabeça estava quente e as têmporas pareciam que iam explodir. Naquele momento, ela era um feixe de emoções.<br />Chorava e batia com uma das mãos no travesseiro e não conseguindo se acalmar, gemia e se lamentava dizendo sempre:<br /><br />- Ai, como dói. Eu não agüento isso! É horrível!<br /><br />Não sabia explicar por que, mas precisava falar, gemer, embora não houvesse ninguém para ouvi-la, o que tornava as coisas mais difíceis. Se ao menos tivesse a companhia de um animal, se ao menos pudesse abraçar o seu gato, mas estava sozinha naquele quarto de hotel. Dali a pouco um galo misterioso começaria a cantar e ela não iria conseguia dormir, muito menos parar de chorar. <br /><br />Se pudesse evitaria o choro, pois, na sua vaidade, lembrava que amanheceria com o rosto marcado por grandes olheiras e com ar cansado. Por um instante, isso lhe provocou o riso, pois viu a si mesma como uma outra pessoa. Que conseguisse num momento doloroso se preocupar com as suas olheiras era engraçado. Mas logo parou de sorrir e continuou a chorar. <br /><br />- Como pôde fazer isso comigo? Eu não mereço! Que injusto!<br /><br />Sim, era injusto! Mas quem lhe disse que no relacionamento amoroso existe “justiça”? Ela achava injusto que ele a abandonasse de forma tão indelicada, trocando-a por outra. Opa, quem disse que a delicadeza reina no amor? Oh, Justina, o tempo da delicadeza talvez ainda esteja por ser instaurado ou esteja confinado dentro de um velho livro. <br /><br />Justina sabia que dali em diante jamais iria ficar com ele, que não mais viajariam juntos, que não iria mais dormir do seu lado, e o que era pior, ele não mais a abraçaria, nem alisaria suas costas quando ela reclamasse do cansaço.<br /><br />De repente, notou que aquela ponte mágica que se estendera entre eles com muita rapidez estava à beira do abismo. Não se esforçara muito para edificá-la, porém, para mantê-la estava descobrindo que era preciso colocar muitas estacas, cuidar das fundações, das enxurradas e tomar outras providências. <br /><br />Sim, era verdade! Ele estava com outra. Como se enganara! Pensava que a ponte era firme. Esquecera em que tempos vivia?! Há muito tempo fora anunciado "um tempo em que tudo se desmancha como espuma no ar". <br /><br />Pego o meu livro de cabeceira, “Ética Pós-Moderna”, procuro extrair dele alguma lição para compreender o meu personagem. Não me refiro a Justina, refiro-me ao amor, o amor na perspectiva pós-moderna.<br /><br />Mas o que é essa categoria que os filósofos chamam de “pós-moderna”? <br />Ora, se eu disser que trato do amor nos tempos atuais correrei o risco de escrever algo tão datado, que o leitor do futuro, se porventura, esse texto vingar, ache que me refiro ao amor dos seus dias. Então para definir que troço é esse, me valho novamente do meu livro de cabeceira, que diz:<br /> “A perspectiva pós-moderna significa sobretudo o rasgamento da máscara das ilusões; o reconhecimento de certas pretensões como falsas e de certos objetivos como inatingíveis, e nem por isso mesmo desejáveis."<br /> <br />Para polemizar mais, consulto Giles Lipovetsky em seu Crepúsculo do Dever. O pós-modernos seria a era do pós-dever, em que supostamente teríamos nos libertado de toda constrição, dos deveres infinitos, dos mandamentos e das obrigações. <br /><br />Trata-se do tempo pós-moderno como o contexto da experiência da superação da ética do dever. As prescrições de ordem familiar, moral, ética, são banidas como constrições à liberdade individual. <br /><br />Tempo próprio para o meu personagem fazer estripulias à vontade, dar vazão à sua natureza instintiva e desenfreada. Andar feito um cigano, sem rédeas e sem regras, exibindo sua face obscura e egoísta, sem pudor. <br /><br />Como um gato persa, ele mostra as garras. <br /><br />Depois daquela decepção, Justina prometeu nunca mais amar, porém, todavia, numa manhã ensolarada, numa tarde dourada ou ao anoitecer, conheceu alguém especial. Renovadas as esperanças, voltou a amar, pois, como afirma Roland Barthes:<br /><br />"é o amor que o sujeito ama, não o objeto."Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-44339021690839817912010-02-18T12:13:00.000-08:002010-02-18T12:19:36.908-08:00Foge o irrecuperável tempoFoge o irrecuperável tempo<br />Em 1736, Benjamim Franklin cunhou um dos mandamentos do mercado capitalista, que nos assombra até hoje: "Tempo é dinheiro". <br />Em elementos fundamentais para a crítica da economia política, Marx afirmou que a riqueza capitalista se baseia no "roubo do tempo de trabalho alheio".Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-18199218913753196502010-02-18T12:07:00.000-08:002010-02-18T12:13:13.324-08:00Filme: A cor do ParaísoFilme: A cor do Paraíso<br /><br />1999. De Majid Majidi. Com Hossein Mahjoub e Mohsen Ramezani.<br /><br />Mohammad é um menino cego, seu pai Ramezani é viúvo e mora com sua mãe e as duas filhas pequenas, de 9 e 10 anos aproximadamente, Baharet e Hanihed numa vila. O menino é entregue a escola especial de cegos na capital do Irã, Teerã. Chega o tempo das férias e todas as crianças foram embora, mas o pai de Mohammad não apareceu. Um professor Bernied (?) para alegrar Mohammad pega o celular de brinquedo do menino e finge que está ligando para o seu pai. O tempo passa e o pai não aparece. Mohammad espera sentado sozinho no banquinho da escola. Escuta um gato perseguindo um passarinho, entra no jardim vai tateando entre as folhas secas e finalmente encontra o filhote de passarinho, ele coloca-o no bolso de sua camisa. (Mohammad está sempre bem vestido de calça comprida e camisa por dentro, cinto afivelado, em muitas cenas usa um óculos escuro, noutras vemos o seus olhos cegos, (o ator é cego), sem brilho, que procuram a luz sem ver. Um dia, chega seu pai, que o observa em silêncio, ele pede ao diretor da escola e funcionários que fique com o menino, os funcionários não aceitam, pois a escola fechará por três meses. O menino toma a mão do pai, mão de trabalhador, grossa e cheia de calos, e com lágrimas nos olhos de emoção diz: "Eu pensei que o senhor não vinha nunca." O funcionário conta para o pai o quanto ele sofreu nesses dias de espera.<br />Na aldeia, as duas irmãs de Mohammad são lindas e alegres. Mal ele alcança a vila ele começa a gritar por sua avó, as meninas estão vindo da floresta trazem galhos de árvores presos às costas, pastagem para alimentar uma vaca. Elas ficam contente com a chegada do irmão, ele toca no rosto delas e diz o quanto elas cresceram. Mohammad vai encontrar a sua avó que está na plantação de alfafa e trigo. As meninas levam-no, ele se esconde detrás de uma árvore para surpreender a avó. Ela descobre o seu esconderijo e fica muito feliz. Ele pede para a avó fechar os olhos e lhe entrega um presentinho, uma fivela colorida para ela por nos cabelos, ele dá para a irmã um colar feito de tampas de refrigerante e para a outra um pente amarelo de prender o cabelo e um cartãozinho colorido para cada uma. <br />Mohammad quer ir à escola com suas irmãs, mas sua avó não pode permitir por causa do seu pai. Ele chora, então sua avó vai deixá-lo na escola. As crianças adoram a presença dele, todas querem se sentar perto dele, o professor manda um aluno ler a lição, Mohammad corrige os erros do menino, o professor manda ele continuar a leitura, construindo um dos momentos mais bonitos do filme.<br />Ramezani não aceita que o filho vá à escola. E pensando que seu filho pode atrapalhar seus planos de casamento, entrega-o a um carpinteiro cego para que o ensine o ofício. O desespero de Mohammad quando é abandonado pelo pai é um dos momentos mais tristes do filme, nesse momento compreendemos todo o seu isolamento, todo o seu sofrimento, toda a sua diferença, a sua dor nos assalta, assalta aos nossos corações como se fosse nossa. <br />A avó de Mohammad é uma velhinha e diante da atitude do filho, ela arruma uma trouxa com seus poucos pertences e sai de casa sem destino, Ramezani suplica-lhe para que ela não o abandone, lamenta a sua vida desgraçada, de não haver chegado a conhecer o seu pai, de haver trabalhado desde cedo, de haver perdido a sua esposa e de ser obrigado a cuidar do filho cego pelo resto da sua vida. Ela sai na chuva e salva um peixe que pulava sufocado na água escassa e coloca-o nas profundezas da fonte, a atmosfera cinzenta, ouve-se o cantar de um pica-pau. Mohammad está sempre escutando os pássaros, os sapos, como se comunicasse com estes, numa cumplicidade com a natureza. A avó volta para casa. Após alguns dias, ela falece, escuta o canto do pica-pau e sorrindo lembra de Mohammad antes de morrer.<br />Um homem vem entregar a Ramezani os presentes que ele enviou a sua noiva, o casamento foi desfeito. Ele fica desesperado. Vai buscar Mohammad, ao retornar atravessam a ponte que cede com o peso do cavalo onde está o menino. Mohammad cai na correnteza. Ramezani expressa alívio e pasmo. Sim, era aquilo que ele queria. Entretanto, de repente seu coração é tocado, e ele pula no rio. Quando ele acorda já está na praia. O corpo do menino ali perto na areia. As gaivotas vem em grande alarido, como que chorasse ou se alegrasse com a morte ou a outra vida. Ramezani recolhe o corpo do filho, vemos a sua mão se mexer e uma luz que brilha como o sol.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-34710751123853402032010-02-18T11:59:00.000-08:002010-02-18T12:06:43.210-08:00Filme: A EstradaFilme: A Estrada<br />La Strada, Itália,, 1954, drama, preto e branco<br />Federico Fellini<br /><br />personagens: Zampano - Anthony Quinn<br />Gelsomina - Giulieta Masina<br />A história começa com as imagens de uma praia, o mar avançando pela areia, crianças correndo ao encontro de Gelsomina, que carrega um feixe de lenha nas costas. As crianças contam que chegou um homem com uma moto grande, trazendo a notícia de que sua irmã, Rosa, morreu. A mãe foi abandonada pelo marido e tem quatro filhos pequenos para criar. Sendo muito pobre, aceita dinheiro de Zampano pela entrega da filha para ser artista mambembe. Gelsomina é desajeitada, sensível e algo idiota, ignorante, ingênua. Zampano ensina-a como deve fazeer para acompanhá-lo nos espetáculo e vendo que ela não aprende quebra um cipó e cada vez que ela ensaia e não acerta, ele bate nas pernas dela. Finalmente, Gelsomina começa a se interessar por música e quer aprender trompete, mas este só lhe permite tocar o tambor. Eles vão almoçar num restaurante e Zampano convida uma mulher para ir consigo e abandona Gelsomina. Ela dorme ao relento, uma mulher que lhe traz uma sopa, reconhece-a como a mulher do homem do pulmão de aço, pois Zampano vive de apresentar um número em que enchendo os pulmões de ar consegue quebrar uma corrente de aço presa ao peito, e lhe conta que viu o carro dele no final da rua. Depois que ser maltratada, ela resolve ir embora, quando vai partindo, três soldados saem com suas trombetas e trompetes tocando uma música, ela os acompanha e marcha imitando um soldado (é um dos momentos mais belos do filme), alcança a procissão do Senhor Morto. Assiste a um espetáculo de circo em que um equilibrista anda numa corda bamba e se senta sobre a corda para fazer uma refeição. Ela fica fascinada com o número. Mais tarde ela conhece pessoalmente esse artista num circo onde Zampano é contratado. O equilibrista não gosta de Zampano e resolve provocá-lo, chamando-o de "espingalda", em alusão à sua maneira de falar no seu número. É o único que desafia Zampano, levando-o a agredi-lo e passar um dia preso. A força física de Zampano, o seu jeito grosso e bárbaro o incomodam, ele é o único que consegue interpor-se perante a sua tirania, o seu jeito rústico. <br />No meio da estrada, os dois encontram-no enquanto este conserta o pneu furado do carro e acabam se enfrentando. Zampano sem querer assassina o artista, leva seu corpo para o mato e atira o seu carro no abismo. Esse fato causa grande desespero em Gelsomina que não consegue esquecer a morte do jovem que a ensinou a tocar trompete. Zampano incomodado com as alucinações e o desânimo de Gelsomina abandona-a deixando-a com o trompete.<br />Após muitos anos, Zampano escuta a música que Gelsomina aprendeu no trompete e se aproxima da moça que canta e esta lhe conta que há cinco anos aprendeu a canção com uma moça que a tocava ao trompete e que morreu em silêncio sem que ninguém pudesse identificar a sua origem.<br />Zampano deprimido se embebeda e briga no bar, é expulso do lugar. A cena final é ele sentado na areia de frente ao mar, com a expressão soturna e desesperada, chorando amassando os grãos de areias entre as mãos.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-12028765998914682732010-02-18T11:53:00.000-08:002010-02-18T11:54:36.112-08:00AmizadeAmizade<br /><br />Se no presente não há amigos, façamos então que os haja daqui em diante, amigos dessa "amizade soberana e senhora". É a esses futuros amigos que apelo, respondam-me, essa é nossa responsabilidade. A amizade não é nunca uma coisa dada no presente, ela faz parte da experiência da espera, da promessa ou do compromisso. Seu discurso é o da oração, ele inaugura, não constata nada, não se contenta com o que é, se coloca no lugar onde uma responsabilidade se abre ao futuro.<br /> Jacques DerridaToque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-18089316597054185742009-12-03T14:38:00.000-08:002009-12-03T14:58:23.382-08:00O Bem-Te-Vi e o GaviãoDe manhã, enquanto dirigia, eu pensava sobre o livro "Manual da Paixão Solitária" de Moacyr Scliar, que estou lendo.<br />Como todos sabem "Manual da Paixão Solitária" é um livro premiado e Scliar é um escritor consagrado. Mas eu ousava pensar sobre os defeitos da obra. <br />As passagens que li ontem, antes de dormir, pareceram-me um grande tratado sobre a masturbação masculina. O trecho, que vai da página 87 a 100, onde o autor relata a descoberta da masturbação pelo adolescente Shelá, o protagonista, me causou enfado. Que maçada! Que texto mais cacete! <br />No mesmo instante em que me veio esse pensamento, olhando para o céu da manhã, de esplêndido azul, vi um bem-te-vi voando atrás do gavião. A ave grande fugia exasperda com a impertinência do passarinho. Imediatamente me associei àquela imagem: eu era o bem-te-vi, o gavião, grande, colossal, era Moacyr Scliar. Quanto à lógica entre a associação, não sei.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2865410641235870615.post-62781021361573127152009-10-19T12:12:00.000-07:002009-10-19T12:13:40.027-07:00Estada no ParaísoLer um bom livro é como uma estada no paraíso.Toque de Melhttp://www.blogger.com/profile/11291374695578277089noreply@blogger.com1