quarta-feira, 2 de julho de 2008

Oscar Niemeyer não veio!

Oscar Niemeyer não veio!
Eu sabia. Tinha uma esperança vã. Aquele tipo de esperança que não tem nenhum fundamento. Você não tem nenhuma razão apra acreditar que a coisa vá acontecer.
Chegamos no espaço Oscar Niemeyer antes das 19 horas. O garçom servia água.
Depois de cerca de meia hora ali, eu já estava com a barriga cheia de água.
Perguntei ao garçom se ia ser servido água a noite inteira. Ele me respondeu sigilosamente que não. Verdade. Serviram o coquetel. Canapés, canapés, salgados. E eu e minha amiga comendo.
O mesmo garçom me avisou que o melhor estava por vir. Verdade. Ele serviu camarão e bacalhau. Mas quem disse que a porção de água que consumi juntamente com os salgadinhos me deixaram comer mais alguma coisa...
Uma repórter ensaiava, ela errava, repetia e dizia um texto tosco. Entrevistou autoridades, ou melhor, fez-lhes uma pergunta. Ficou olhando para o técnico que a filmava e gesticulava para ele, sequer ouviu o que o entrevistado lhe disse. Depois sorriu um sorriso falso e agradeceu.
O evento era o lançamento da revista "Nosso Caminho", idealizada pelo Niemeyer. É toda em preto e branco, com muitas fotos e muitos textos do Niemeyer.
A capa é a foto da futura torre digital de Brasília. Um monumento que me lembrou o farol de Alexandria. Parece uma tulipa com duas pétalas. Em cada uma delas há um salão como uma bolha, de onde o visitante terá uma visão panorâmica de Brasília.
Naquele clima esfusiante entraram alguns estudantes com cartazes e fotos de índios. Um deles dizia: "Nosso caminho não é o noroeste". Outro perguntava: "Especulação imobiliária estava no plano original de Brasília?"
E quando o governador entrou no salão, os estudantes se aglutinaram em torno dele. As luzes das câmaras foram acesas. O governador, ao lado de sua bela esposa, distribuiu sorrisos e apertos de mãos e não disse nada.
E assim com os estudantes vi que o espírito do Oscar Niemeyer estava presente naquele salão.

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