domingo, 12 de outubro de 2008

Diário de Viagem

De Brasília – Teresina
De Campo Maior a Jatobá do Piauí – 03/10/08
A estrada de Campo Maior a Jatobá é margeada por velhos cajueiros. É caju de todas as espécies. Vermelhos, dourados, amarelos, cor de vinho, pequenos, redondos ou grandes e compridos. O mês de outubro é especialmente bonito porque é a época dos cajus.
Durante o percurso de Campo Maior a Jatobá, fomos pegando caju com a mão.
Eu estava furtando caju na casa de um moço, quando o vejo chegando de mansinho. Fui logo dizendo: Estamos furtando os seus cajus. São deliciosos. A gente vem de Brasília. Isso não existe lá! Ele, com um sorriso simpático, respondeu: – Tem nada não. Pode pegar. – E foi lá dentro da casa dele e me deu um saco de cajus. E quando já estava indo embora, ouvi: – Espera aí. – Era a esposa dele, que vinha com um balde de cajus miudinhos, vermelhos, para nos dar.
À noite fomos jantar numa casa com vista para o cemitério, aí eu me lembrei de Michel de Montaigne porque ele afirmou que a casa ideal deveria ter vista para o cemitério para que estivéssemos sempre com a morte em perspectiva – que fúnebre – . O cemitério era bonito, com túmulos altos, bem edificados, embora alguns estivessem em ruínas.
Na hora da comida, esqueci completamente dessa vizinhança. O jantar era galinha caipira e capote, mas quando comecei a apreciar o menu machuquei a minha gengiva, perdi a graça e quase não comi. Que pena. A comida estava boa!

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