Sem “tempo” para escrever, transcrevo frases soltas de Lobo da Estepe (Hermann Hesse (1887-1962), tradução Ivo Barroso, editora BestBolso)
O selvagem
“Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, uma ardor pela vida desregrada, baixa, normal e estéril...” p.37
A educação adiposa
“O que eu odiava mais profundamente e maldizia mais era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidades, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado.” P. 37
Vinhos
“Prefiro os vinhos simples, puros, mais leves e modestos, sem nome conhecido; desses pode-se tomar boa quantia e têm um grato sabor a campo, a terra, a céu e a bosque.”
p.45
A felicidade
“E esses homens para os quais a vida não oferece repouso, experimentam, às vezes, em seus raros momentos de felicidade, tanta força e tão indizível beleza, a espuma do instante de ventura emerge às vezes tão alta e deslumbradora sobre o mar da dor, que sua luz, espalhando radiância, vai atingir a outros com seu encantamento.” P. 57
O burguês
“O burguês é, pois, segundo sua natureza, uma criatura de impulso muito débeis e angustiosos, temerosa de qualquer entrega de si mesma, fácil de governar. Por isso, colocou, no lugar do poder, a maioria, no lugar da autoridade, a lei, no lugar da responsabilidade, as eleições” p. 66
O humor
“só o humor (talvez o produto mais genuíno e genial da humanidade) atinge esse impossível e une todos os aspectos da existência nos raios de um prisma”. P. 68
"Mas todo verdadeiro humor começa quando a pessoa deixa de levar-se a sério." p. 202
O homem
“o homem é um bulbo formado por cem folhas, um tecido urdido com muitos fios.” P.74
Eternidade
“A eternidade não é mais que um momento, cuja duração não vai além de um gracejo.” P. 115
“E a eternidade não era outra coisa senão a libertação do tempo; era, de certo modo, à volta à inocência, o regresso ao espaço.” P. 177
Viver
“Quem quiser música em vez de balbúrdia, alegria em vez de prazer, alma em vez de dinheiro, verdadeiro trabalho em vez de exploração, verdadeira paixão em vez de jogo, na encontrará guarida neste belo mundo.” P. 174
A experiência da festa
“Uma experiência, que me fora desconhecida ao longo de cinquenta anos, embora familiar a qualquer mocinha airada ou a qualquer estudante, revelou-se-me naquela noite de baile: a experiência da festa, o rumor da comunidade em festa, o segredo da submersão da pessoa na multidão, da unio mystic da alegria." p.192
domingo, 19 de setembro de 2010
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