Quem nunca ouviu a famosa frase: “Uma boa imagem vale mais que mil palavras” ?
Embora seja atribuída a Confúcio, fontes mais seguras localizam o uso moderno da frase numa propaganda de tintas de impressoras nas laterais dos bondes dos Estados Unidos no início do século XX.
A frase tornou-se um clichê, e, na maioria das vezes, parece incontestável. Parecia... até que a revista Playboy publicasse uma entrevista com a cantora Sandy.
A frase de Sandy (repetida à exaustão na mídia, portanto, não vou repetir) torna-se o chamariz mais forte que a bela imagem da capa. Um feito extraordinário. Essa garota parece realmente um prodígio! ( Muito bem capitaneado pelo repórter/editor da revista, é óbvio).
Na visão de um moralista, a frase parece tão chocante e vulgar que ele não imagina os lábios perfeitos de Sandy a pronunciá-la.
Alguns disseram que Sandy saiu do armário. Saiu?! Acho justamente o contrário, Sandy caiu no armário, prenderam-na num armário. Armário lembra armação, armadilha, arma.
Não entendo esse desejo de falar de orifícios e canais. De invadir as profundezas do corpo, de saber que usos fazem delas. Mas o que importa isso?!
Essa discussão toda me fez lembrar a famosa frase de Paul Valery:
“O mais profundo é a pele”.
domingo, 14 de agosto de 2011
O Que é Isto, a Orelha?
O Que é Isto, a Orelha?
Os gregos da época clássica tinham uma maneira filosófica de perguntar: O que é isto, a Metafísica? O que é isto, a Filosofia? O que é isto, a Verdade?
Ontem dei para sonhar com uma pergunta filosófica. Mas o que me estranhou foi o objeto sobre o qual recaía a pergunta. A orelha!
Sonhei que respondia à pergunta: O que é Isto – A Orelha?
De imediato, eu respondia: a orelha é onde se põe o brinco. (Ao despertar, isso me fez dar risadas)
Mas, depois – continua o sonho – , acionando camadas menos superficiais da mente, percebo o meu equívoco e reformulo a resposta para: a orelha é a parte cartilaginosa exterior ao ouvido que serve para proteger e amplificar o som que chega ao canal auditivo.
Ao amanhecer fiquei pensando sobre esse pequeno sonho.
A primeira resposta é tão pueril que chega mesmo a ser engraçada. Contudo, é representativa. Representativa da maneira imediatista ou superficial de ver a vida e de observar os acontecimentos do mundo ou do universo.
Outro ponto que fiquei pensando foi sobre o objeto da pergunta, a Orelha. Parece uma parte tão insignificante do corpo. Entretanto, se observarmos o complexo funcionamento do aparelho auditivo ou mesmo o valor simbólico que é dado à Orelha em algumas culturas, ela se torna merecedora de atenção.
E, por fim, concluí que, numa cultura na qual o olho é indubitavelmente o órgão mais requisitado, para escapar da visão imediatista, talvez seja necessário pensar mais sobre e/ou com as orelhas.
Os gregos da época clássica tinham uma maneira filosófica de perguntar: O que é isto, a Metafísica? O que é isto, a Filosofia? O que é isto, a Verdade?
Ontem dei para sonhar com uma pergunta filosófica. Mas o que me estranhou foi o objeto sobre o qual recaía a pergunta. A orelha!
Sonhei que respondia à pergunta: O que é Isto – A Orelha?
De imediato, eu respondia: a orelha é onde se põe o brinco. (Ao despertar, isso me fez dar risadas)
Mas, depois – continua o sonho – , acionando camadas menos superficiais da mente, percebo o meu equívoco e reformulo a resposta para: a orelha é a parte cartilaginosa exterior ao ouvido que serve para proteger e amplificar o som que chega ao canal auditivo.
Ao amanhecer fiquei pensando sobre esse pequeno sonho.
A primeira resposta é tão pueril que chega mesmo a ser engraçada. Contudo, é representativa. Representativa da maneira imediatista ou superficial de ver a vida e de observar os acontecimentos do mundo ou do universo.
Outro ponto que fiquei pensando foi sobre o objeto da pergunta, a Orelha. Parece uma parte tão insignificante do corpo. Entretanto, se observarmos o complexo funcionamento do aparelho auditivo ou mesmo o valor simbólico que é dado à Orelha em algumas culturas, ela se torna merecedora de atenção.
E, por fim, concluí que, numa cultura na qual o olho é indubitavelmente o órgão mais requisitado, para escapar da visão imediatista, talvez seja necessário pensar mais sobre e/ou com as orelhas.
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