domingo, 24 de junho de 2012

Diário de Viagem – Parte I – Lima - Peru - jun 2012

Diário de Viagem – Parte I – Lima - Peru 15/06/2012 - viernes, Lima – Peru.
No tradicional city tour em Lima,
Visitamos:
a Plaza de Armas ou Plaza Mayor, onde ficam a Catedral de Lima, o Palácio do Governo e o conjunto de casarões amarelos do período colonial.
A Catedral de Lima domina o lado leste da praça. É uma construção em estilo barroco renascentista. Tem cinco naves e dez capelas laterais. Os altares e as imagens são revestidos em ouro. O suporte do altar maior é de ouro maciço e parte em prata. Numa das capelas estão depositados os restos mortais de Francisco Pizarro.
Um quadro informativo chama a atenção: apresenta o esqueleto do mesmo Francisco Pizarro, mostrando os pontos dos 16 golpes com que foi assassinado. Diante desse quadro toda a ambição política parece fútil.
Então, tudo o que restou da ambição, da audácia e da intrepidez do maior conquistador da América do Sul foi um esqueleto com 16 estocadas?! Esse é um quadro que todo político deveria ter em casa para todo dia contemplar.
Há ainda uma curiosa tela de fundo dourado, identificada por “Los 13 compañeros de Francisco Pizarro, los de la fama”. No centro do quadro, num mosaico prateado compondo um pergaminho, estão escritos os nomes dos 13 companheiros de fama e glória de Pizarro.
A catedral possui uma rica coleção de pinturas.
Convento São Francisco, o Grande,
No edifício predomina a cor amarela. (Os sobrados ao redor da Plaza de Armas também são da cor amarela, o que dá a ideia de conjunto). A arquitetura do Convento combina várias tendências, desde o barroco, o que se percebe na fachada da Igreja; com detalhes de construções tipicamente espanholas, como os azulejos azuis originais de Sevilha; e ainda a influência árabe, o que se nota por seus pátios de colunas em forma de delgados arcos. Algumas das paredes do Convento deixam ver monólitos, herança das construções incas.
A enigmática Biblioteca do Convento, abarrotada de manuscritos e livros centenários que ninguém consulta ou lê, continua iluminada por suas quatro claraboias, dispensando a iluminação elétrica. Possui duas escadas espiraladas que levam às bancadas suspensas, ao longo do comprimento de cada lado, como um segundo piso, deixando o vão central totalmente livre. É sobre esse vão que incide a luz das claraboias.
Catacumbas
Em minha opinião, o mais impressionante da visita ao Convento São Francisco, o grande, é a descida às catacumbas. Quando as visitei em 2010, havia uma parca iluminação, somente após alguns segundos se podia discernir os ossos em meio à penumbra. Agora tudo é escandalosamente claro, o que não combina com a atmosfera lúgubre do local. Os restos mortais ficam expostos como que objetos numa vitrine. Não gostei dessa mudança. Para mim, a escuridão se estendia como um respeitoso véu sobre o ossário, protegendo os mortos de serem vistos a olho nu. As catacumbas reúnem os ossos de milhares de pessoas, segundo o guia, chega perto de 70 mil. As catacumbas ficam no subterrâneo da capela do Convento. O local mais inesquecível das catacumbas é o poço que reúne os crânios. Este possui mais de 10m de profundidade. Existem crânios guardados em nichos ao longo das paredes do poço e aos montões no fundo.
20h horário de Lima – No restaurante Junius
Por uma sugestão do guia, fomos jantar no restaurante Junius, o que nos custou US$ 47,00. Além de buffet livre, postres (sobremesas), o ingresso dava direito a show com bandas locais e espetáculo de danças folclóricas.
No cardápio: cebiche, truta e frutos do mar.
Bebidas: viño, cerveza cusqueña, pisco sour e chicha morada
A banda canta e toca tambores, violão, quenas, flautas e guitarras. Casais de dançarinos em trajes típicos apresentam várias danças. O colorido de seu figurino é chamativo, os tons vermelho e dourado se destacam. Suas danças são belas, alegres e me parecem contidamente sensuais.
Depois que os dançarinos deixam o palco, entra um ator vestido como o imperador, o Inca, talvez Atahualpa, o último imperador inca, ou Manco Capac, o primeiro.
Em seguida, entra um ator fantasiado de cavaleiro, montado no seu cavalo de pau, ao seu lado, baila uma moça branca, talvez representando um casal espanhol.
A música torna-se tensa, entra um ator fantasiado de condor, um dos animais sagrados dos incas. O condor era adorado pelos incas por ser considerado o mediador entre o céu e a terra, o mensageiro divino entre os homens e os deuses.
Seja por seu exotismo (comparado com a cultura de massa), seja por amarem suas raízes, noto que os limenhos cultivam mais suas raízes pré-colombianas que espanholas. Mas, no momento em que penso nisso, entra um grupo de violinista e um harpista, acompanhados de um casal de dançarino, suas fantasias são cheias de detalhes dourados, como que feita em ouro. O ouro que tanto amava o espanhol colonizador. Dizem que os incas queriam o ouro apenas para com ele venerar o deus Sol, Inti, enquanto os espanhóis o queriam por que o amavam em si mesmo. Isso Atahualpa não compreendia.
Por fim, entram dois rapazes, suas fantasias prateadas, com detalhes vermelhos, resplandecem à luz ambiente, eles dançam ao mesmo tempo em que simulam uma luta utilizando tesouras. Não compreendi nada dessa apresentação.
Essa noite chegou perto daqueles momentos em que se tem vontade de eternizar.