sábado, 10 de maio de 2008

É na briga que os vizinhos melhor se conhecem!

- Como eu tava te contando, ontem briguei com o vizinho de cima por causa do barulho. O cara fazia um barulho tão grande que minha mãe escutou o estrondo pelo telefone. Eu fui lá no apartamento dele reclamar. Não deu outra. Fui na calma, queria resolver as coisas civilizadamente, mas o sujeito abriu o bocão e me disse que eu era um mal educado, que eu não sabia que ele tinha um cunhado deficiente, que dava muito trabalho cuidar de uma pessoa assim. Então eu disse: esse seu cunhado é um perneta que fica pulando numa perna só o dia inteiro? Pois pra fazer um barulho daquele só se ele passa o dia inteiro pulando feito canguru.
O cara respondeu que eu certamente não sabia o que era cuidar de uma pessoa deficiente.
Pera aí. Mas o que a deficiência de seu cunhado deficiente tem a ver com o barulho aqui.
Contei pra ele que meu pai também era deficiente. Ele respondeu: Aposto como ele anda! Aí não prestou não. - Meu pai anda de cadeira de rodas. Está prostrado. Qualquer hora pode morrer!
- E meu cunhado está muito mal. Muito mal. Tenho que cuidar dele o dia inteiro. Nisso se resume a minha merda de vida.
-Mas o barulho... o que seu cunhado tem a ver?
O síndico não resolve nada aqui. Mas eu resolvo. Ah, resolvo!
- Você está me ameçando?
- Estou, respondi. Estou lhe ameaçando, anote aí. Eu tenho umas caixas de som lá em casa. Se eu ligar aquelas caixas de som, meu, saiba que o inferno vai ser logo abaixo de você! O barulho será infernal, pode crer. Vou arrebentar com teus tímpanos.
E, aí, ele ficou caladinho. Pera aí. Vou atender o interfone. (Pausa)
Depois de alguns instantes, ele volta ao telefone:
- Era o vizinho pedindo sal emprestado. O da briga. Certamente!

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