que o mineiro anda sempre com um pente no bolso.
E o piauiense com pente e espelho junto.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
Diário de Viagem - parte II
Mas no dia seguinte, descontei na comida. Costela de porco assada na brasa. Passei bem.
Fui tomar banho de rio e como não havia trazido roupa de banho, banhei de calcinha e sutiã. Ali não passa ninguém, pode-se até tomar banho nu. O rio chama-se "Casa Forte". É um rio de água fria, azulada, não muito fundo, estreito, com lajedos grandes.
Ao redor dele cresce uma planta, que minha mãe chama de bruto, muito parecida com graviola. Dar um fruto muito parecido. Em minha opinião, é mais saboroso que a graviola. Existe uma árvore que dar uma frutinha vermelha, que se chama criuli ou crioli, nunca vi em outro lugar. É bem silvestre e com sabor marcante. Existem também ali muitos pés de pitomba de leite, que se parece muito com a pitomba comum, mas que é mais doce e suculenta.
Uma antiga amiga de minha mãe foi nos visitar e, ao me ver, exclamou: - Tu não cresceu mais, nem engrossou!
Simplesmente adorei essa frase. Nunca tinha escutado a palavra "engrossou" no lugar de engordou. É o mais puro refinamento. Ê povo sabido!
Na casa do meu irmão, toda hora tem panela no fogo. Sabe-se quando começa a fazer comida, mas não quando termina. É um eterno banquete. Quer dizer, seria se a comida fosse variada. Mas ali, cabra, porco não faltam.
Me pareceu que as criaturas mais felizes dali são realmente os porcos, pois ficam na beira do rio, se banhando, se refrescando, aparando o caju com a boca, ou pescando piaba, e ainda têm direito a sua porção de milho todos os dias. Que vida mansa!
Fui tomar banho de rio e como não havia trazido roupa de banho, banhei de calcinha e sutiã. Ali não passa ninguém, pode-se até tomar banho nu. O rio chama-se "Casa Forte". É um rio de água fria, azulada, não muito fundo, estreito, com lajedos grandes.
Ao redor dele cresce uma planta, que minha mãe chama de bruto, muito parecida com graviola. Dar um fruto muito parecido. Em minha opinião, é mais saboroso que a graviola. Existe uma árvore que dar uma frutinha vermelha, que se chama criuli ou crioli, nunca vi em outro lugar. É bem silvestre e com sabor marcante. Existem também ali muitos pés de pitomba de leite, que se parece muito com a pitomba comum, mas que é mais doce e suculenta.
Uma antiga amiga de minha mãe foi nos visitar e, ao me ver, exclamou: - Tu não cresceu mais, nem engrossou!
Simplesmente adorei essa frase. Nunca tinha escutado a palavra "engrossou" no lugar de engordou. É o mais puro refinamento. Ê povo sabido!
Na casa do meu irmão, toda hora tem panela no fogo. Sabe-se quando começa a fazer comida, mas não quando termina. É um eterno banquete. Quer dizer, seria se a comida fosse variada. Mas ali, cabra, porco não faltam.
Me pareceu que as criaturas mais felizes dali são realmente os porcos, pois ficam na beira do rio, se banhando, se refrescando, aparando o caju com a boca, ou pescando piaba, e ainda têm direito a sua porção de milho todos os dias. Que vida mansa!
Diário de Viagem
De Brasília – Teresina
De Campo Maior a Jatobá do Piauí – 03/10/08
A estrada de Campo Maior a Jatobá é margeada por velhos cajueiros. É caju de todas as espécies. Vermelhos, dourados, amarelos, cor de vinho, pequenos, redondos ou grandes e compridos. O mês de outubro é especialmente bonito porque é a época dos cajus.
Durante o percurso de Campo Maior a Jatobá, fomos pegando caju com a mão.
Eu estava furtando caju na casa de um moço, quando o vejo chegando de mansinho. Fui logo dizendo: Estamos furtando os seus cajus. São deliciosos. A gente vem de Brasília. Isso não existe lá! Ele, com um sorriso simpático, respondeu: – Tem nada não. Pode pegar. – E foi lá dentro da casa dele e me deu um saco de cajus. E quando já estava indo embora, ouvi: – Espera aí. – Era a esposa dele, que vinha com um balde de cajus miudinhos, vermelhos, para nos dar.
À noite fomos jantar numa casa com vista para o cemitério, aí eu me lembrei de Michel de Montaigne porque ele afirmou que a casa ideal deveria ter vista para o cemitério para que estivéssemos sempre com a morte em perspectiva – que fúnebre – . O cemitério era bonito, com túmulos altos, bem edificados, embora alguns estivessem em ruínas.
Na hora da comida, esqueci completamente dessa vizinhança. O jantar era galinha caipira e capote, mas quando comecei a apreciar o menu machuquei a minha gengiva, perdi a graça e quase não comi. Que pena. A comida estava boa!
De Campo Maior a Jatobá do Piauí – 03/10/08
A estrada de Campo Maior a Jatobá é margeada por velhos cajueiros. É caju de todas as espécies. Vermelhos, dourados, amarelos, cor de vinho, pequenos, redondos ou grandes e compridos. O mês de outubro é especialmente bonito porque é a época dos cajus.
Durante o percurso de Campo Maior a Jatobá, fomos pegando caju com a mão.
Eu estava furtando caju na casa de um moço, quando o vejo chegando de mansinho. Fui logo dizendo: Estamos furtando os seus cajus. São deliciosos. A gente vem de Brasília. Isso não existe lá! Ele, com um sorriso simpático, respondeu: – Tem nada não. Pode pegar. – E foi lá dentro da casa dele e me deu um saco de cajus. E quando já estava indo embora, ouvi: – Espera aí. – Era a esposa dele, que vinha com um balde de cajus miudinhos, vermelhos, para nos dar.
À noite fomos jantar numa casa com vista para o cemitério, aí eu me lembrei de Michel de Montaigne porque ele afirmou que a casa ideal deveria ter vista para o cemitério para que estivéssemos sempre com a morte em perspectiva – que fúnebre – . O cemitério era bonito, com túmulos altos, bem edificados, embora alguns estivessem em ruínas.
Na hora da comida, esqueci completamente dessa vizinhança. O jantar era galinha caipira e capote, mas quando comecei a apreciar o menu machuquei a minha gengiva, perdi a graça e quase não comi. Que pena. A comida estava boa!
Assinar:
Postagens (Atom)