Ontem, dia 11 de dezembro, vi o Oscar Niemeyer.
Quando cheguei na entrada da Biblioteca Nacional, pontualmente às 18:30h, já havia centenas de pessoas: fotógrafos, homens de ternos, mulheres bem vestidas, outras nem tanto, e uma sarabanda de tipos exóticos.
Entrei no meio da multidão com a roupa nova, que fui comprar para o evento, depois de refugar a minha surrada roupa de trabalho, mas nada de encontrar o nobre visitante.
Depois de rápida investigação, descobri que ele não estava no recinto.
Uma leva de fotógrafo se dirigiu para o Museu. Fomos no faro deles, eu e minha amiga Jô. Com medo de ele chegar à Biblioteca e perdermos a sua chegada, fiquei indecisa, mas depois de consultar a intuição de Cassandra, resolvemos arriscar.
Na porta do Museu perguntei ao recepcionista, que era um senhor de bigodes brancos, se o Oscar estava ali. O homem nos assegurou que não. Mas desconfiei. Fui atrás de outra fonte de informação. Quando ouvi a resposta afirmativa, entrei correndo no Museu, não sei como passei pelo guarda, nem assinei o livro de controle de visitas.
Havia uma roda, um monte de gente, minha amiga olhou naquela direção e foi logo dizendo: Está ali ele. Estou vendo!
E eu não via. - Cadê? Cadê? - Perguntei morrendo de ansiedade.
Enfim vi-o sentado entre duas pessoas, vestindo um camisão azul, não era terno, com os ombros caídos, a cabeça demasiada grande sobre o corpo frágil. Tinha o olhar perdido e no semblante não expressava nem alegria, nem tristeza, mas a dignidade de um deus.
Num impulso, entro no meio do alvoroço e estendo-lhe a mão para cumprimentá-lo. Minha mão fica alguns segundos no ar, ele me encara, como se buscasse em sua memória algo relacionado à minha pessoa, já que o chamei de "Oscar". Depois ele aperta minha mão.
"Muito prazer conhecê-la". "Satisfação". Foram essas as suas palavras, que não esquecerei.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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