Meninas e meninos, para ativar aquela parte do cérebro responsável pelo prazer sexual, você só precisa fazer uma coisa: flertar. Na minha opinião, é um prazer tão feliz e duradouro, contrariando sua qualidade mais aparente, que é o efêmero, que me parece um prazer estético. O prazer do flerte pode ser prolongado pela imaginação, pois o que ele tem de intangível e abstrato dá matéria para um sonho de perfeição que, muitas vezes, o real não permite. - Que beijos deliciosos, que hálito gostoso, que palavras lindas saem de sua boca! - Você imagina.
O flerte está fora de moda, ou eu me engano? Inventaram um versão moderna para o flerte que é esse negócio de "ficar". (Nada contra.) O cara vai lá e já quer chegar nos "finalmentes". Nada daquela sutileza, da delicadeza e da vagareza do flerte. Ou mesmo daquela falta de objetivos "práticos".
O flerte é simplesmente uma ligação encantatória que se estabelece momentaneamente entre duas pessoas, que pode durar um segundo, cinco minutos, ou perdurar por semanas, por meses, ou por anos.
Ele ocorre, geralmente, de forma súbita, como um clarão, quando no meio da multidão você distingue alguém que lhe faz pensar: Oh, meu Deus, se eu o (a) visse novamente! Pode acontecer também entre você e um velho conhecido. Ocorre mais ou menos assim: você vê a mesma pessoa todos os dias, até que, num belo dia, ela está de um jeito que, por um instante, você não a reconhece. Ambos têm a mesma sensação, e, naquele momento, algo nasce de forma surpreendente. Explode como uma estrela!
A atração do flerte é a paixão pelo impossível. Essa paixão que alimenta os romances até hoje. Veja o caso de Charlote e Werther. Há uma impossibilidade, seja geográfica, temporal, moral ou ética.
Meninas e meninos, a coisa mais interessante que possui um ser humano não é o corpo belo. É a sua aura. Esse conjunto de gestos, palavras, voz, postura, olhar, etc, que tornam uma pessoa atraente ou não. Na aura, algo subjetivo emana, algo transcende a pura imagem.
O principal recurso do flerte é o olhar. Um olhar sonhador, doce, melancólico ou alegre é mais cativante do que o olhar sensual propriamente dito.
O olhar feminino que tinha para mim todas essas propriedades era o olhar de Greta Garbo. Do lado masculino, era Elvis e James Dean.
Meninas e meninos, não é a voz da sabedoria que está falando, embora eu já tenha não sei quantos fios de cabelos brancos, não quero perder tempo contando.
Até mais.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
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2 comentários:
Eu não tenho a arte de flertar porque eu sou uma abestada!
Interessante essa descrição " ocorre de forma súbita como um clarão quando no meio da multidão vc distingue alguém". Experimentar isso, a sensação, é realmente algo muito parecido. É como se houvesse um reconhecimento do outro naquele instante e ficasse subtentida uma voz: ei! onde vc estava!? Te procurei a vida toda!
O meu último flerte foi assim. E resultou num anel de brilhante em meu dedo e num comprometimento duradouro...
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