sábado, 17 de fevereiro de 2007

Da Arte de Flertar - Parte II - O dia em que flertei com Gianecchini

Eu estava ali, observando a esteira do aeroporto, minha única preocupação era: cadê a minha mala, por que essa demora?! Esteira vai, esteira vem e nada. Já entediada daquela apreciação, levantei os olhos e sabe que olhos os meus encontraram? Os olhos do Gianecchini! Ele abriu um sorriso e eu, quase explodindo por dentro, sorri, fiquei vermelha, senti um calor como se uma tocha acabasse de se acender dentro de mim. Minha amiga gritou:
- Olha, Mel, o Gianecchini!
Todos os passageiros que estavam ali, também esperando suas bagagens, viraram-se para nós, com ar de espanto.
Minha amiga, lançou um beijo para ele e ele jogou outro beijo para ela. (Eu queria ter recebido aquele beijo.)
Devo esclarecer que nunca havia me interessado por Gianecchini. Mas aquele olhar, aquele sorriso, a sua presença, lançava não sei o quê de misterioso e magnetizante que me seduzia de uma forma imprevisível.
Havíamos viajado no mesmo vôo. Talvez no último vôo da Varig antiga. Não entendo de avião, mas era uma aeronave enorme, que vinha de Manaus até o Rio, conexão em Brasília.
O Gianecchini usava uns adornos indígenas em volta do pescoço, uns colares feitos de frutinhas da floresta Amazônica, uma camiseta branca e um boné com a aba virada para trás. Ele estava ali, ao natural, como um índio, para além de sua imagem.
- Ah, se a minha mala demorasse a chegar! - Acabara-se a pressa.
E demorou, por sorte. Enquanto isso eu não me fartava de vê-lo. E ele, com ar tímido, baixava e levantava os olhos, prendia o sorriso, e me olhava de novo.
Minha amiga me disse:
- Mel, você está no seu período fértil! Seqüestre-o até o banheiro e faça um filho com ele!
Os meus colegas, que estavam juntos e testemunhavam tudo, caíram na risada.
Por fim, a minha bagagem chegou, tivemos que partir, ele continuou lá esperando do outro lado da esteira. Passei bem perto dele, mas não me aproximei muito, não fui pedir autógrafo nem nada, contive-me com aquela centelha que só poderia crescer dentro de mim. E era o que bastava.
Quando já íamos saindo do saguão do aeroporto, minha amiga olhou para trás e disse:
- Mel, ele está olhando.
Eu me virei e disse: - Tchau, Gianecchini!
Ele acenou e sorriu.

2 comentários:

lena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lena disse...

vc é mesmo uma mulher poderosa!