domingo, 11 de março de 2007

Meu jardim tem palmeira onde o vento...


Meu jardim tem palmeira
onde o vento vem cantar
Não permita Deus que eu morra
sem que aviste o buquê
que a palmeira há de dar!
Canta, canta passarinho
Nina o filhote que a palmeira
Começa agora mesmo a gestar.
Daqui há quinze anos,
quem sabe, ele nascerá!

(Mote de Gonçalves Dias.)

Eu devia saber, mas não sabia da história da palmeira imperial (Roystonea oleracea), até o dia em que fui ao Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Não da palmeira imperial do Jardim Botânico, que todos conhecem, mas a da palmeira imperial do meu jardim e das que enfeitam praças e chafarizes por aí.
Entre as primeiras mudas plantadas no Jardim Botânico está a palmeira imperial, que foi plantada pelo próprio Príncipe Regente. A partir daí, ela passou a ser designada pelo nome que nós conhecemos: "palmeira imperial"
Acontece que, após vinte anos de plantada, em 1829, sob a folhagem de uma única palmeira, a mais velha, surgiram, como espigas de trigo pálidas arrumadas em forma de buquê, flores e pequenos frutos.
O que fizeram? Ficaram contentes e admirados? Talvez! Porém, para que a espécie não se disseminasse, o diretor mandou tirar e queimar todos os seus frutos.
Mas essa história não podia ficar assim. À noite, os escravos, com habilidade atlética, subiam na árvore, colhiam os frutos e vendiam, na clandestinidade.
Eu gostei. O vento também gostou... E a velha palmeira gostou mais ainda, pois depois de ter sido fulmida por um raio, em seu lugar plantaram um de seus filhinhos. E ela se tornou imortal!

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