Quando o comentário é mais tocante do que objeto que lhe deu origem, ( que foi o caso do comentário sobre o texto anterior), ele se torna o texto principal.
Não possso deixar de pensar sobre essa menina que jurou para si mesma não mais escrever coisas tristes e, rompendo com seu trato, resolve escrever sobre sua solidão. Nada posso lhe ensinar, isso seria uma grande petulância. Eis que ela me alerta: quem tem companhia também tem solidão. E mesmo que essa companhia seja a de uma pessoa amada e muito estimada. Sim, não há escudo contra a solidão. Quantos não trocariam sua solidão pela companhia da pessoa mais vil! Quantas vezes isso acontece e sentimos o gosto amargo do nosso engano! Acontece e se repete. E não se aprende!
Corrijo. Por vezes, se aprende, e, nesse caso, até que apareça a verdadeira companhia, é mais sábio desejar a própria solidão e repousar nela como quem repousa embevecido sob o Farol de Alexandria, em cujo interior ardia uma chama que irradiava a sua luz a dezenas de quilômetros. Como seria bom! Mas a solidão, em sua forma mais pungente, vem romper com a nossa paz, impor-nos suplícios e penas. "Assim se deu, assim o desejei."
domingo, 4 de março de 2007
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