Na estrada, eu vi um menininho que segurava uma bicicleta. Ele tinha os cabelos pretos, lisos, rosto redondo, lindo como um curumim. Trajava uma camisa branca de mangas curtas e calça comprida. Ele era franzino, pequeno, delicado em contraste com a bicicletona, daquelas baratas, mais pesadas que o dono.
Ele a segurava procurando equilibrar aquele enorme peso. Estava parado. Não sei por que ele segurava a bicicleta.
Logo atrás dele avistei uma mulher que vinha caminhando com seu passo apressado, certamente para ajudá-lo. E comecei a imaginar o que havia ocorido. Ela vinha pedalando com o menino na garupa, quando sua sandália ou seu sutiã desabotoou e precisou descer para se ajeitar. Enquanto isso, o menino ficou encarregado da bicicleta e, ansioso para chegar logo, ou simplesmente, porque desejava se exibir para a mãe mostrando a sua força, empurrou a bicileta o quanto pôde.
Aquela cena passou pela abertura de três mílimetros de íris de meus olhos ressequidos, molhou-os e foi morar no meu coração.
quinta-feira, 29 de março de 2007
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