sábado, 24 de março de 2007

O sagüi e o beija-flor - parte II

Enquanto um bando de bem-te-vis cumprimentava o sol, num coro de uma nota só, cantando:
Bem vindo! Bem vindo!
E um outro fazia o solo, cantando:
Vem! Vem! Vem!
O orangotango, com uma mão esgaravatava os dentes e com a outra coçava o sovaco, escutava o tiziu contar:
- Senhor orangotango, sabe aquele menor de seus parentes, o sagüi?
- O soim?
- É. Acho que dá na mesma. Ele está de caso com o beija-flor!
- Ora, se eu não sei. Isso é notícias de tresanteontem. Conte outra!
- Mas você já viu que namoro besta. O beija-flor vai lá pousa na cabeça do sagüi, faz-lhe uma cosquinha e voa!
O orangotango, que era macaco velho, duvidou:
- O quê? Ali tem coisa... - E, atirando fora o graveto com um quilo de sujeira, fez uma cara de mistério.
O sabiá, que estava em silêncio e ouvia tudo, meteu-se na conversa:
- Já vi que vocês não entendem nada de amor! Que graça tem um amor assim, sem ninho, sem ovinhos pra chocar!
O bem-te-vi, feliz porque o sol havia surgido brilhante, do que jeito que ele gostava, interveio:
- O que ouvi falar é que o beija-flor é um sagüi que se camuflou.
- Foi?! Mas como? - Quis o sabiá saber.
- É mais fácil beija-flor se camuflar em sagüi. Não acha seu orangotango? - Perguntou o Tiziu.
- Hehehehe. - O orangotango abriu a sua bocarra dando uma gargalhada, as aves fugiram por causa do seu hálito horrivel.

2 comentários:

jairo ribeiro disse...

Essa história está cada ves melhor cuntinue assi estou adorando...

Anônimo disse...

Inda bem que gente num bota ovo. Pruquê se botasse, brigava e quebrava tudinho... Ô moça, num pode ter ninho não, porque sagüi ia ficar deitado e num ia trabaiá...