sábado, 31 de março de 2007

Ao amado imortal

Eu poderia me descrever assim:
"Sou impulsiva e anticonvencional. Mas tenho pontos fortes. Tenho um excelente olho para a nobreza de espírito num homem. Quando encontro tal homem, prefiro não perdê-lo." Mas essa é a descrição que Irvin F. Yalom faz de Lou Andreas Salomé. A famosa mulher que teve a coragem de dizer "não" a Nietzsche, justamente por achá-lo muito convencional. E perdeu um homem de grande nobreza de espírito.
Suponho que daí veio o ódio às mulheres que impregna boa parte das obras de Nietzsche. Eu o perdôo. Considero todo o seu destempero para com as mulheres um insulto endereçada à sua amada, à sua mãe e à sua irmã. Aliás, enquanto a maioria idolatra a mãe, Nietzsche falando do eterno retorno, confessa o quanto a detestava. O que lhe causava náusea diante de tal possibilidade era ter a mesma mãe, a mesma irmã, por toda a eternidade.
Nietzsche se dizia um escritor para as gerações pósteras. O que ele não sabia era o que o seu amor também era vindouro, que teria que viver mais um século para encontrá-lo!

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